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Na Grade do MMA

TUF de olho nos leigos sobre MMA

Jorge Corrêa

15/01/2014 08h08


Se tivesse feito esse título para um texto de dois anos atrás, antes da primeira edição do reality show The Ultimate Fighter Brasil, ele seria normal. Mas hoje, rolando as gravações da terceira temporada, soa um pouco estranho. Isso porque o TUF sempre teve essa ideia de angariar novos fãs para o UFC e para o MMA, mas a edição brasileira vai dar um passo para trás em 2014.

O primeiro TUF Brasil teve um tom bem educativo, em alguns momentos parecendo uma enciclopédia televisiva sobre a modalidade. Mas no ano seguinte, vimos um foco maior nos personagens e na bagunça feita pelos atletas. Até o nível técnico dos lutadores ficou muito aquém do esperado – tanto que apenas seis foram aproveitados pelo Ultimate. Ficou clara que essa mudança de direção prejudicou o programa, que perdeu audiência e foi alvo de muitas críticas dos fãs mais assíduos.

Tanto o UFC quanto a Globo precisavam se mexer para não perder ainda mais seguidores do TUF e, além disso, trazer novos . A ideia então foi retomar as origens do reality show. O TUF Brasil 3 será mais esporte, mais MMA, e menos entretenimento, menos show. A ideia é que ele seja mais abrangente e mais informativo, não focando apenas os fãs iniciados no MMA. A meta é trazer ainda mais iniciantes.

Para dar ainda mais medo nessa mudança de rumo, a edição brasileira do reality fez uma aposta ousada. Pela primeira vez trouxe para fazer parte do corpo de treinadores profissionais que não são do MMA. Como já contei aqui no blog, Hortência, do basquete, e Isabel, do vôlei, serão auxiliares de Chael Sonnen e Wanderlei Silva, respectivamente.

Essa decisão – inédita em edições do TUF em todo o mundo – fez os fãs mais "hardcore" torcerem o nariz. Críticas foram feitas no sentido de que isso descaracterizaria o programa como sendo de artes marciais, apontando como pura jogada de marketing, sem agregar valor esportivo. Mas essa aposta do programa tem duas metas bem claras.

A primeira é simples: trazer mais telespectadores por pura curiosidade de ver como as duas vão se sair em um ambiente tão estranho ao esporte original delas, além de angariar os fãs que ambas já tinham quando jogadoras e que podem não acompanhar MMA.

A segunda é um pouco mais elaborada e interessante. Elas serão assistentes de Wand e Sonnen, mas claro que não vão comandar nenhum tipo de treino de luta. A ideia é que elas passem a experiência e a pressão de ser atletas profissionais, de ponta e bem sucedidos. Só que elas também serão alunas. A ideia do UFC é mostrar como um leigo sobre MMA, com elas são, reage ao imergir no mundo das lutas, as ver de perto, por exemplo, os treinos pesados e o sofrimento de cortar peso, o drama de uma derrota e a alegria de uma vitória.

Como disse o amigo Marcelo Russio, o que as pessoas precisam ter em mente é que, apesar de ter esporte como escopo principal, o TUF Brasil é um programa de TV aberta e uma parte muito pequena do público total possível acompanha MMA. Mexer-se para angariar novos fãs só ajudará a desenvolver ainda mais o esporte a médio e longo prazo. Esse pode ser um passo atrás, mas para se dar muitos outros a frente.

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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