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Na Grade do MMA

José “GSP” Aldo e Renan “Spider” Barão

Jorge Corrêa

04/02/2014 06h01


Parceiros de treino, amigos, idades parecidas, carreiras similares e os dois únicos campeões do Brasil no UFC. José Aldo e Renan Barão mostraram no último sábado, no UFC 169, que podem ser por muito tempo os mais dominantes campeões do Ultimate – algo que lembra muito o que dois outros lutadores fizeram por muitos anos.

Tanto o campeão dos penas quanto o do galos não tiveram maiores problemas contra Ricardo Lamas e Urijah Faber, respectivamente. Mas eles tiveram atuações e situações bem diferentes dentro do octógono – que vêm se repetindo nos últimos anos e definindo um padrão bem interessante.

Vendo as luta dos dois no sábado passado, é possível fazer o seguinte paralelo: José Aldo pode se tornar o novo Georges St-Pierre e Renan Barão o novo Anderson Silva do UFC. Vou explicar o que quero dizer com isso.

Se no começo de carreira Aldo era conhecido por sua explosão e seus nocautes avassaladores, ele está se tornando um lutador cada vez mais tático e cerebral. Ele próprio tem uma explicação para isso. Lá atrás, era pouco conhecido, agora, todos o estudam muito, então ele não pode se abrir tanto, com o risco de ser contra-atacado.

O próprio Dana White reclamou disso, falando que o manauara está "contido" dentro de seu potencial. Mas ele parece jogar um xadrez dentro do octógono, exatamente como fazia o GSP. Ataca no momento certo, não dá brechas para os rivais e é pouco atingido. Pode não ser o que há de mais empolgante, mas não há como negar que é eficientíssimo.

A grande diferença é que o ex-campeão dos meio-médios usava o jogo de quedas e ground-and-pound para se impor e Aldo aposta mais nas sequências de trocação, começadas ou terminadas com chutes baixos.

Agora vamos a Renan "Spider" Barão. Mesmo sendo de uma das categorias mais leves do UFC, ele é um nocauteador, um finalizador, tem o que gostam de chamar de "instinto assassino", ele caça seus adversários e só se satisfaz de verdade quando suas lutas não acabam por pontos.

Para se ter uma ideia, de suas nove lutas entre WEC e UFC, apenas três terminaram por pontos, uma média impressionante para um peso galo.

Além de fortes, seus golpes são precisos. Contra Urijah Faber, ele precisou de apenas um direto e um cruzado para encaminhar o nocaute. Suas lutas são empolgantes e inesperadas – venceu Eddie Wineland, por exemplo, com um chute rodado alto. Quem fazia coisas assim? Anderson Silva.

Sem derrotas há nove anos no MMA, o potiguar está em alta com o chefe, que não cansa de elogiá-lo. Ao lado de Aldo, ele pode se tornar um dos principais nomes do evento, assim como foram seus antecessores no topo do ranking peso por peso.

*Post inpirado em uma 'facebookada" do amigo Felipe Drummond, também conhecido como neto do Mineirinho.

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