A grande evolução de Werdum

Quem viu Werdum lutar quatro anos atrás e viu novamente no último sábado, no UFC em Orlando, dificilmente acreditaria que era o mesmo atleta. Antes um bom lutador de jiu-jítsu no MMA, ele mostrou no show que deu contra Travis Browne que evoluiu e merece a disputa de cinturão dos pesados.

O havaiano não era um rival fácil. Longe disso. Travis era, até então, o pesado com mais hype da atualidade, vindo de três boas vitórias. Werdum, apesar das boas atuações desde que voltou ao UFC, tinha lutado pouco, apenas três vezes em dois anos. Duvido que alguém imaginou o estaria por vir.

O gaúcho mostrou que o trabalho de muay thai com o mestre Rafael Cordeiro foi impecável. Acabou a época do Werdum bom apenas no chão. Ele deu uma aula de trocação, usando a principal arma de seu rival. Depois de um pequeno susto no começo, a luta foi toda do brasileiro.

Fabrício deu uma aula de MMA. Além de dominar em pé – com chutes altos, baixos, rodado, sequências, jabs, diretos, cruzados, tudo mesmo – ele também derrubou e trabalhou seu jiu-jítsu. Além disso, ficou com um bom gás por cinco rounds, algo que vale ouro entre os pesos pesados.

Mas nem tudo são flores. Agora ele tem de pensar em um desafio ainda maior. Muito maior. Terminada a luta, Dana White confirmou que ele será o próximo desafiante pelo cinturão dos pesados assim que Cain Velasquez estiver recuperado, provavelmente no México e possivelmente depois de eles serem técnicos de um TUF no país ou latino-americano.

Por mais que Werdum tenha demonstrado uma grande evolução e feito uma apresentação de gala, não seria o suficiente para fazer frente ao campeão. Mas Fabrício mostrou que está no caminho para ser um grande rival para o norte-americano, só que precisa continuar trabalhando duro.

Velasquez é um monstro, tirou para nada Junior Cigano em duas oportunidades, sem contar o que ele fez com Pezão ou Minotauro. Ele tem um gás pouco comum para a categoria e uma técnica muito refinada. Tem potencial para quebrar todos os recordes da categoria e do próprio UFC.

Mas a torcida brasileira já pode ter uma esperança real de poder ver o país novamente com o cinturão dos pesados do Ultimate.