Susto afasta Anderson dos treinos, mas UFC pode respirar aliviado

Por Maurício Dehò

Ainda falta um bom tempo para a volta de Anderson Silva ao octógono do UFC, dia 31 de janeiro, contra Nick Diaz. Mas, a preparação do ex-campeão dos médios já tinha começado a decolar em intensidade, antes dele sofrer com uma crise de lombalgia e ser internado com muitas dores na terça-feira, em um hospital do Rio de Janeiro. Apesar do susto, o UFC pode respirar aliviado: o incidente não afeta sua presença no combate, mas o Spider ficará uma semana de molho.

A crise de dor da já antiga lombalgia de Anderson Silva foi, sim, aguda, ainda que as posteriores explicações já tentem amenizar as notícias para tranquilizar a todos. Mais importante é a notícia de que não houve reflexos mais graves para a coluna do peso médio (84 kg).

Segundo o blog apurou, o quadro de lombalgia de Anderson é crônico e considerado até "complicado", ainda que o tratamento e a prevenção sejam simples, à base de fisioterapia e treinos. O problema se manifesta há cerca de três anos, mas desde o início o lutador não havia tido uma crise tão forte como esta.

O médico pessoal do Spider, Marcio Tannure – também ligado ao UFC por ser membro da Comissão Atlética Brasileira de MMA – falou com o blog e deu algumas explicações a mais, em adição ao que ele disse ao site do UFC.

"Ele teve uma crise de lombalgia aguda, foi internado para controlar a dor e realizar exames", confirmou ele, para destacar o mais importante: "Não houve nenhuma alteração significativa, somente a dor mesmo. Ele já teve alta e está sendo medicado. Deve ficar em torno de uma semana sem treinar, mas nada que atrapalhe sua luta."

Isto é, depois de uma bateria de exames para checar a gravidade do problema, tudo foi controlado só com remédios, e a coluna de Anderson está intacta. É necessário apenas repouso para zerar a dor e não causar riscos maiores à região.

Para o UFC, Anderson estar na ponta dos cascos é uma urgência. Depois de um 2014 repleto de astros lesionados, 2015 tem de ser O ano do evento. O brasileiro lidera um dos cards mais tradicionais e que giram mais dinheiro para a organização, o do fim de semana do Super Bowl. Sua ausência seria catastrófica.

Um fator que favorece o veterano de 39 anos é que a lombalgia já era conhecida. A crise foi surpreendente, o problema de saúde, não. Anderson já trata a lombalgia há um bom tempo. Sessões regulares de fisioterapia já atentavam ao problema, e é desta forma que ele vai se recuperar para enfrentar Nick Diaz.

Como Tannure deixou claro, também, a lombalgia não tem relação alguma com a perna fraturada na revanche contra Chris Weidman. Deste problema, Anderson só precisa trabalhar o psicológico, para poder usar seus chutes sem medo.

"A prevenção para esse tipo de problema é feita com fortalecimento e equilíbrio muscular, além de dosar as cargas nos treinos", disse Tannure, na entrevista ao site do UFC. Um dos técnicos de Anderson adicionou, sem se identificar: "As dores podem voltar, tanto é que ele já as sentia antes. Mas não é nada que vá atrapalhar sua carreira."