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Na Grade do MMA

Aldo finalmente aprendeu a se vender. Agora, prepara maior luta da carreira

Jorge Corrêa

21/01/2015 12h01

José Aldo chegou ao UFC como um jovem com capacidade de bater todos os recordes do evento e ficar o tempo que quisesse com o cinturão peso pena. Mas parece que apenas agora, aos 28 anos, ele chegou à maturidade. Não como lutador, pois dentro do octógono não tem nada mais a provar. O brasileiro finalmente aprendeu a se vender com campeão, como astro, como importante personagem da franquia.

Sua atuação no último fim de semana, antes, durante e depois da luta de Conor McGregor – seu próximo adversário – deixou claro que ele entendeu que precisava entrar no jogo do show business do UFC se quisesse ser reconhecido por um público ainda maior, não só os fãs fanáticos de lutas. Usou o personagem falastrão do irlandês para entrar de cabeça nesse mundo da autopromoção.

Ele já vinha chamando Conor de "bobo da corte" desde sua vitória de Chad Mendes e, agora, vestiu literalmente a coroa de rei dos pesos penas. Rebateu as provocações e ainda deu um tapa com luva de pelica ao apenas rir sinceramente do ataque de McGregor, que pulou a grade do octógono e partiu para cima do campeão após nocautear Dennis Siver.

"Nada muda. Depois que eu vencer (McGregor), eu ainda serei o rei. Chad (Mendes) é o príncipe e ele ainda será o bobo da corte", brincou o brasileiro.

Essa é a evolução de uma postura que já vinha mudando desde a promoção de sua revanche contra Mendes. O empurrão que ele deu no norte-americano em pleno estádio do Maracanã durante uma encarada causou enorme estranheza, afinal, aqui não era do seu feitio. Ele até assumiu depois que tinha premeditado a agressão para vender a luta, mas se arrependeu.

Aldo sempre foi um cara que preferiu falar dentro do octógono, batendo em um adversário atrás do outro. Foi assim que chegou a sete defesas consecutivas de cinturão. Mas ele, e sua equipe, perceberam que seu jeito caladão, de entrevistas curtas, declarações rasas, estavam o fazendo perder espaço com o grande público. Mais que isso, perder dinheiro. Com menos visibilidade, menos apelo, menos patrocínios…

Essa virada de jogo acontece em um momento importante para o próprio Ultimate, que tenta se reerguer depois de um ano muito ruim em 2014. Ele pode usar essa nova fase para surfar essa onda se tornar ainda maior dentro da franquia.

Mais que isso, ele prepara o terreno para transformar seu combate contra Conor McGregor – previamente marcado para maio em Las Vegas – no maior de sua carreira. Pelo menos em termos de visibilidade e promoção. Agora, é treinar para tentar calar o falastrão.

*Post livremente inspirado no texto do amigo Davi Correia, do UFC.com.br.

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Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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