O que o UFC tem a aprender com a "Luta do Século" do boxe

Maior evento de MMA do mundo e principal palco do mundo das lutas da atualidade, o UFC teve um fim de semana que está pouco acostumado nos últimos anos: viu-se escanteado, com o boxe assumindo o protagonismo que foi seu por 100 anos. Mas Dana White e seus pares podem aproveitar esse combate entre Floyd Mayweather e Manny Pacquiao e levar algumas lições para o octógono.

– Faça as superlutas: MayPac aconteceu com pelo menos cinco anos de atraso e com os dois longe de sua melhore fase. Mas aconteceu. O UFC sempre prometeu fazer superlutas, mas elas nunca saíram do papel. E agora, dificilmente sairão, afinal, os três principais nomes envolvidos nesse projeto estão fora do Ultimate: Anderson Silva, Georges St-Pierre e agora Jon Jones. Passada a frustração, o UFC não pode perder novas chances quando outros astros abrirem a oportunidade de fazerem lutas épicas.

– Vestir as sandálias da humildade: Dana White e seus pares não tem a menor dúvida de que o UFC é imenso. Mas MayPac mostrou que boxe ainda tem um espaço de respeito e o Ultimate não é tão grande assim. Tudo bem que foi uma única luta gigantesca em muitos anos, mas dificilmente vamos ver em pouco tempo tantas estrelas, tantas celebridades mundiais ao mesmo tempo em um evento do UFC.

– Por pontos sempre dá espaço para polêmica: A frase de Dana White também serve muito bem para o boxe: "Nunca deixe nas mãos dos juízes". Pacquiao acabou perdendo para Mayweather, mas muitos o apontaram como vencedor. Essa Luta do Século reiterou essa importante lição para os atletas do UFC. Se quer ter certeza da vitória, finalize ou nocauteie.

– Divulgação não é sinônimo de provocação: Dificilmente um evento de luta terá tanta publicidade, formal e espontânea. Os promotores do combate colocaram MayPac no centro do mundo do esporte. E isso sem uma única provocação ou um único xingamento de nenhum dos lados. Dana White disse que José Aldo x Conor McGregor será a sua Luta do Século, mas os dois deixaram um enorme rastro rancor pelo caminho.

– Não paguem esse dinheiro todo a lutadores: Os detratores do MMA e entusiastas do boxe adoram dizer que a Nobre Arte nunca será superada usando como argumento as bolsas pagas para os astros do pugilato. Mas o combate do último fim de semana valeu quase UM BILHÃO DE REAIS em salário? Acho difícil. Claro que ainda há muito espaço para o UFC melhorar o ordenado de seus atletas, mas as cifras praticadas para esses parcos astros do boxe são irreais para qualquer tipo de profissional.