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Entenda como o atraso de um ano ajudou Belfort para pegar Weidman

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

21/05/2015 06h00

Era para ser 24 de maio de 2014. Virou 23 de maio de 2015. Com atraso de um ano, enfim o campeão Chris Weidman será desafiado por Vitor Belfort pelo cinturão dos médios, no UFC 187. Já falamos um pouco desta novela – no álbum de fotos acima. Mas, mais interessante que ver os fatos é analisar o que este longo atraso causou aos lutadores e suas influências para o momento em que eles estiverem sozinhos no octógono. E, na teoria, vantagem para o brasileiro.

As razões para toda esta demora para a luta sair foram muitas. A primeira foi motivada por Belfort. Afinal, três antes daquela primeira data foi anunciado o banimento do TRT, o tratamento de reposição de testosterona que o carioca usava – e que gerava tanta polêmica. Assim, ele pediu para se afastar do card para poder adaptar seu corpo à nova realidade imposta pela Comissão Atlética de Nevada e também para não cair no antidoping, já que tinha mais testosterona no corpo do que o permitido a partir daquele momento. Isto é, ele precisava de mais tempo para poder lutar.

Pelo lado de Weidman, outros dois atrasos ocorreram, depois de ele vencer Lyoto Machida. Quando a luta com Vitor foi programada para dezembro, o campeão quebrou a mão. Quando ela foi colocada para fevereiro de 2015, fraturou uma costela. Seus períodos foram, portanto, de recuperação de lesões e cirurgias, algo sempre delicado. O americano, assim, sofreu atraso em preparações que deviam ser tranquilas.

Portanto, enquanto Vitor, a princípio, correria contra o tempo para recuperar sua forma física, Weidman esperava só observar de sua academia, levando a rotina normal de treinos. E não foi o que ocorreu.

Uma mostra do quanto Belfort precisava se dedicar à preparação física foi quando ele apareceu em uma entrevista de TV e em algumas fotos no Twitter bem mais magro que o comum, gerando muito burburinho. Construir músculos é um processo demorado. Sem testosterona extra no corpo, então, o trabalho tem de ser mais pesado.

E não é que o brasileiro apareceu nestes últimos meses com visual "bombado", veias saltadas e músculos avantajados? Uma das dúvidas frequentes após o fim do TRT era exatamente em que condição física Belfort apareceria. Resta agora saber se o gás e o longo período de inatividade, de 17 meses, vão influenciar, principalmente se a luta se prolongar, mas isso é algo já questionado pelos rivais de Vitor desde os tempos de TRT.

"Me preparei o melhor possível, era a melhor maneira de fazer isso. Temos de ter foco no que podemos fazer, não no que você não pode. Para mim, para minha equipe e minha família, não importa se sou o azarão. Se você acredita, isso é o suficiente", disse o brasileiro.

Para Weidman, por outro lado, enfrentar lesões mexem com a confiança de um lutador, que precisa testar seus limites novamente na hora da ação. Mais jovem, o norte-americano deve ter menos problemas por estar há 10 meses sem lutar, mas também encara um hiato considerável.

Além disso, ele também não tem certeza no córner oposto, que Belfort ele vai encarar quando a porta do cage se fechar. "Estou aliviado de finalmente enfrentar o Vitor, fazer essa luta e poder seguir em frente com a minha carreira", disse o campeão.

"Estou completamente recuperado, sei que fiquei muito tempo sem lutar desde a última, mas antes de enfrentar o Anderson, também estava sem lutar e eu o nocauteei. Não me prendo muito a isso. Tenho certeza que Vitor está preparado para isso", completou.

Em sua defesa, o nortea-americano costuma dizer que suas grandes lutas sempre foram precedidas de dramas com lesões e/ou pessoais. É nisso que ele confia para superar mais estes obstáculos, manter o cinturão e ter sua quarta vitória seguida contra brasileiros no UFC.

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Serviço – O UFC 187, com suas duas disputas de cinturão em Las Vegas, começa às 19h30 (de Brasília), com as sete lutas do card preliminar. O card principal está marcado para as 23h, com cinco lutas, sendo Chris Weidman x Vitor Belfort a penúltima, seguida por Anthony Johnson x Daniel Cormier. O Placar UOL acompanha todos os momentos do evento. O canal pago Combate faz a transmissão ao vivo, e a Rede Globo terá as principais lutas em VT, com o habitual atraso, previsto no contrato com o UFC.

Card principal
Meio-pesado (cinturão): Anthony Johnson x Daniel Cormier
Médio (cinturão): Chris Weidman x Vitor Belfort
Leve: Donald Cerrone x John Makdessi
Pesado: Travis Browne x Andrei Arlovski
Mosca: Joseph Benavidez x John Moraga

Card preliminar:
Mosca: John Dodson x Zach Makovsky
Meio-médio: Dong Hyun Kim x Josh Burkman
Médio: Uriah Hall x Rafael Natal
Palha feminino: Rose Namajunas x Nina Ansaroff
Meio-médio: Mike Pyle x Colby Covington
Leve: Islam Makhachev x Leo Kuntz
Mosca: Justin Scoggins x Josh Sampo

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