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José Aldo critica acordo do UFC com a Reebok: 'uma m...'

Maurício Dehò

01/06/2015 10h21

"Primeiramente, é uma merda. Nós, atletas, perdemos bastante. Como eles mesmo falaram, que é como se fosse um atleta de basquete, ou da NFL, não tem nada a ver, a gente não recebe um salário mensalmente como os atletas da NBA e da NFL recebem. Não importa o quanto a gente vai ganhar ou não, todos os atletas que tinham patrocínio perderam ou vão perder, pois eles não vão poder entrar na luta. Isso é um prejuízo para a gente. Atleta vive de cada luta, a gente tem que ficar lutando, nenhum atleta faz mais de três lutas [por ano]. O campeão não consegue lutar mais de três vezes por ano."

Muita gente já reclamou, mas nenhum campeão do UFC bateu tão forte no acordo da franquia com a Reebok quanto o dono do cinturão dos penas José Aldo. O manauara esteve na feira Arnold Classic, no Rio, neste sábado, e detonou a nova regulamentação para patrocinadores, que tem como carro-chefe para o Ultimate a política de se pagar um valor fixo por luta aos competidores, com dinheiro proveniente da parceria com a marca de material esportivo e que agora dá uniformes aos atletas.

Em conversa com a imprensa – reproduzida pelo PVT e pelo Combate.com -, o campeão dos penas afirmou que não vê com bons olhos a medida, já que lutadores com mais nome, experiência e que já contavam com patrocinadores pessoais não conseguirão tirar o mesmo valor com a nova regra. De acordo com a determinação que passa a valer em julho, não será mais permitido expor patrocinadores pessoais na semana de luta e no octógono.

"O valor que eles estipularam não era o valor que nós ganhávamos pelos nossos patrocínios, que estavam nos apoiando. Acho que isso é bom para eles, para o UFC é bom, mas para os atletas, não. Vejo que os atletas perdem bastante. Para o lutador iniciante, sim, acho que ele não precisa correr tanto, mas também não é um dinheiro muito grande, que vai dar um suporte financeiro bom para eles. Não vejo com bons olhos. Desde que falaram pela primeira vez, quis ver as propostas, e quando vi, não achei interessante, principalmente para nós campeões."

Aldo quer um sindicato de lutadores para se aprofundar no tema e buscar direitos que considera mais justos à classe.

"Se formos falar alguma coisa, isso não depende só de mim sendo campeão, ou do (Cain) Velásquez, ou de qualquer campeão. Se a gente tivesse um sindicato de atletas, e todo atleta fosse unido, assim como é na NBA, isso seria de outra maneira. Mas, com os atletas desunidos como é… Hoje, eu tenho um preço, e o evento pode pagar para mim, mas tem outros atletas que, se eu não quiser lutar, vão aceitar lutar a preço de banana. Quando eu falo, não falo por mim. Fica muito ruim para os atletas que estão começando, ou para os que estão no meio, e aqueles que estão tentando chegar lá em cima. É uma coisa, não maldosa, mas difícil com os atletas. Não falo comigo. O Aldo está tranquilo, o Aldo é o campeão, a gente tem um preço lá em cima. O Aldo não se tornou campeão agora, já é campeão há muitos anos, mas para os atletas que são iniciantes, para eles está muito ruim."

José Aldo enfrenta Conor McGregor pelo cinturão pena no UFC 189, no dia 11 de julho, em Las Vegas.

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