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Na Grade do MMA

Não acabou. Belfort diz que UFC ainda o quer na briga pelo cinturão

Maurício Dehò

09/06/2015 08h27

"Eles me ligaram, o Lorenzo e o Dana, no dia seguinte. 'Vitor, queremos saber como você está'. Eles sabiam que foi um ano e meio difícil, eu me adaptando a tudo isso. Muitas mudanças. (Perguntaram:) 'Você quer fazer mais um 'run' (corrida) ao cinturão?'. Eles sabem do meu potencial, queriam saber se eu topava. Eu sei que na categoria ainda estou entre os tops. E não vou mentir, não vou só para fazer. Se eu for é para ganhar o cinturão"

Já com uma cabeça bem diferente do que se viu em relação àquele frustrado e cabisbaixo Vitor Belfort que deixou o octógono nocauteado por Chris Weidman no UFC 187, o veterano carioca já começa a planejar seus próximos passos. Aposentadoria? Definitivamente não. Uma corrida pelo cinturão? Se depender do UFC, sim.

Em um bom papo com Flavio Canto, no Sensei SporTV, Belfort analisou sua luta com Weidman, admitiu falhas técnicas, principalmente no chão, e definiu seu principal erro naquele combate – em que teve chances ele próprio de nocautear o campeão – como "ter ido com sede demais ao pote".

"Não usei o que eu tinha de melhor, a minha experiência. Eu fui com muita sede ao pote. A luta, quando foi para o chão, houve erro técnico. Eu não conseguia me mexer. Eu sentia a dor no meu ombro e não conseguia me mexer. E ele é muito bom. Tirar o mérito do Weidman não dá."

Sobre as palavras que indicavam a chance de uma aposentadoria, Belfort explicou:

"A frustração era muito grande, aquele momento é de tristeza. Quando recebi o carinho e o afeto do público… Por isso foi bom vir para o Brasil logo depois, sentir o carinho com o Vitor não atleta, mas pessoa. Naquele momento, eu não via vontade, eu via frustração. Foi sincero naquele momento. Mas hoje, como falei para a Joana, eu já fiz o que tinha a fazer no esporte. Agora é o que me dá vontade, o que me faz querer treinar", afirmou ele, sendo categórico sobre um adeus ao esporte. "Pensando melhor, não penso nisso não."

Por Vitor, uma revanche poderia ser marcada agora mesmo. Mas, bom homem de negócios que é, o ex-campeão dos meio-pesados e dono do cinturão de um GP dos pesados do UFC sabe que não funciona assim. No momento, ele aguarda para ver quem a organização quer no seu caminho, para decidir qual o próximo passo de sua jornada.

"Eu sei tudo o que fiz de errado. Toda vez que eu vejo essa luta eu penso: eu quero de novo, eu quero ir de novo e lutar com ele. Se fosse do meu ver, marcava uma revanche, mas existe um mercado, uma organização. Tem que seguir certas coisas."

Chris Weidman encara Luke Rockhold, conforme foi anunciado pelo UFC na última semana, em sua quarta defesa de cinturão dos médios. Ainda não há data e local para o duelo. Vitor ainda não tem novos desafios marcados, mas já recebeu desafios, principalmente de Gegard Mousasi.

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