Ronda bateu na sua próxima rival 2 vezes. Por que aceitar a 3ª luta?

As trilogias do mundo das lutas costumam servir para desempatar uma rivalidade e resolver assim o assunto entre dois competidores. Mas, quando alguém já bateu seu oponente duas vezes, por que colocá-lo frente a frente com este mesmo oponente uma terceira vez? É neste cenário que se desenha a luta entre Ronda Rousey e Miesha Tate.

Se Ronda é uma máquina de finalizar e nocautear, com dois minutos no octógono em suas últimas quatro lutas somadas e em franca evolução, é de se questionar o que Tate pode trazer de diferente e os motivos que justificam um combate que, à primeira vista, soa um pouco insosso.

Imagine só que Ronda e Miesha são inimigas declaradas e que a campeã não tem motivo para dar um favor desses para sua rival, cedendo mais uma chance de lhe tomar o cinturão. Mas, há alguns fatores que falam mais alto para entender o casamento desta luta.

Vamos a estes fatores:

1. Cyborg, por enquanto, não

A luta dos sonhos de qualquer um que acompanha o MMA feminino é entre Ronda Rousey e Cris Cyborg. Para agora, como Ronda não aceita uma luta casada entrando no octógono com alguns quilos a mais do que seus 61 kg do peso galo, só resta esperar. A brasileira está fazendo sua parte e prepara um combate no peso galo. Se conseguir vencer a balança, então elas poderão se enfrentar. Portanto, a superluta não era opção para o momento.

2. Não há outras rivais
Depois de bater Bethe, Ronda simplesmente não tem rivais à altura no UFC. Ela já bateu da número 1 à número 5 do ranking. A sexta, Jessica Eye, vem de derrota. A sétima, Amanda Nunes, ainda tem pouco apelo. Bethe caiu é a oitava. Portanto, dentre todas as opções, restou Miesha, que não é à toa a líder do ranking. São quatro vitórias seguidas, sendo três com lutadoras de ponta: ninguém tem retrospecto tão bom no momento. Apesar de todas elas acabarem por pontos, Miesha sempre faz um lutão, e o UFC conta com isso de novo.

3. Ex-campeã de boxe não está pronta
No mesmo tema anterior, mas mais especificamente falando de Holly Holm, a campeã de boxe está pintando como uma rival bacana para Ronda. Mas o timing não ajuda. Ela só fez duas lutas no UFC e venceu apenas por pontos. Holm ainda precisa de um pouquinho mais, uma vitória de impacto, para virar uma desafiante à altura.

4. O histórico de Miesha e Ronda no octógono
Miesha é a única lutadora que durou mais de um round contra Ronda. Na segunda luta entre elas, já no UFC, no fim de 2013, Miesha esticou o combate até o terceiro round, e foi finalizada com uma chave de braço. Na primeira luta, no Strikeforce, foi até o minuto final do primeiro round. Portanto, espera-se que ela dure bem mais que os poucos segundos das últimas desafiantes de Ronda.

5. DINHEIRO
Ronda não é boba nem nada. Sabe todos esses fatores que a colocaram num beco sem saída. Ela simplesmente não tem opção, portanto, preferiu ficar na dela, aceitar a luta e não brigar contra. O histórico entre elas já é longo, elas fizeram um traumático TUF juntas e o terceiro encontro não deve demorar a receber uma enxurrada de provocações de parte a parte. Assim, com os dramas voltando à tona e com um duelo de duas conhecidas norte-americanas, fica claro a todos que os bolsos devem sair cheios deste duelo.

Por falar em provocações, Miesha Tate já fez a primeira, justificando ao Los Angeles Times sua nova chance contra a campeã e dizendo, em outras palavras, que suas vitórias-relâmpago estão ficando chatas.

"É excitante ver tanto domínio em uma categoria, mas então chega o ponto em que as pessoas perdem interesse. 'Não vou gastar 50 pratas por 54 segundos de luta; ninguém dura com ela'. Chega num ponto em que as meninas do UFC precisam dar um passo a mais e mostrar que estão no mesmo nível. Esse é meu papel e eu sei que tenho o preciso para ser campeã".

E aí, concorda?