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Na Grade do MMA

Ronda e McGregor viram o jogo e salvam UFC de viver nova 'crise'

Maurício Dehò

12/08/2015 06h00

Nos últimos 80 dias, o UFC inundou seus seguidores com nada menos que 13 eventos – um a cada seis dias se tirarmos uma média. E, se os prognósticos foram se desenhando com um tom de incertezas e a possibilidade de uma crise pela ausência de seus principais astros, ainda assim a organização conseguiu "cair para cima". E não foi pouco para cima. Ronda Rousey e Conor McGregor seguraram a onda tão bem, que garantiram a expectativa de um fim de ano com bons combates.

Tradicionalmente, o meio de ano é cheio de eventos da organização, devido à pausa dos outros esportes nos EUA e o vácuo que precisa ser preenchido. Mas as ausências de Anderson Silva, por doping, e Jon Jones, enrolado com a Justiça após seu acidente de carro, minaram momentaneamente os planos do Ultimate de virar a página de um 2014 fraco. Ainda assim, José Aldo pintou como líder da tropa e teve sua luta contra o falastrão Conor McGregor vendida com pompa, gerando muito burburinho. Isso até uma lesão tirar o campeão dos penas de ação.

Desgraça é pouca? É verdade… Mas, agora que o UFC tem uma pausa de duas semanas antes do próximo evento neste tempo todo e temos um tempinho para digerir o que aconteceu nesses últimos dois meses e meio, fica claro que as coisas saíram melhor do que se poderia esperar.

É natural se perguntar: "Sem Anderson, GSP, Jones… Como o UFC vai sobreviver?". E as respostas foram dadas principalmente nas figuras de Conor McGregor e Ronda Rousey.

O UFC investiu pesado na promoção da luta de ambos e mostrou que a construção de novos ídolos começa bem longe do octógono – vide todas as dúvidas que ainda se tem sobre o talento do irlandês. Fato é que McGregor levou nas costas todo o peso do UFC 189 deixado capenga por Aldo, e deu o que falar.

O falastrão nocauteou Chad Mendes, ficou com o cinturão interino, garantiu recorde de público e renda no MGM Grand e, em meio ao seu trash talk, garantiu que todos os olhos estarão voltados para ele no UFC 194, em 12 de dezembro, agora sim contra José Aldo. Uma unificação de cinturão sempre é um detalhe a mais para atrair o público.

Nem é necessário falar muito sobre Ronda Rousey. Ela simplesmente se tornou a estrela de maior grandeza do Ultimate com o pré e pós UFC 190. Não foi só o nocaute sobre Bethe Correia, mas o lançamento do seu livro, as atuações no cinema, a presença em programas de destaque na TV americana, os tuites de gente como Will Smith e Larry King a parabenizando pela vitória… Ronda virou uma estrela "mainstream", definitivamente.

O UFC esperava mais do UFC 189, mas ainda assim os números foram promissores. 850 mil pay per views vendidos com McGregor x Mendes e 900 mil com Ronda x Bethe, de acordo com o site Wrestling Observer – um número não oficial, já que o UFC ainda não divulgou as estatísticas. Foram os melhores números em mais de um ano e meio. No Brasil, Ronda Rousey deu 13 pontos no ibope, perdendo só para a transmissão de Anderson Silva neste ano.

Além desta dupla, os últimos 80 dias tiveram: Weidman mantendo a hegemonia nos médios ao bater Belfort, Robbie Lawler segurando o título dos meio-médios em lutão com Rory MacDonald, a coroação do carismático Daniel Cormier como substituto de Jon Jones, o consolidamento da nova estrela Joanna Jedrzejczyk, Dillashaw batendo Barão de novo e Werdum chocando o mundo e se tornando o campeão definitivo dos pesados…

O que vem por aí?

São muitos novos fatores, que ainda demorarão alguns meses, mas devem render bons frutos – se os campeões e seus rivais ficarem a salvo de lesões.

O próximo evento do UFC é daqui a menos de duas semanas, no dia 23 de agosto, no Canadá, com Charles do Bronx contra Max Holloway. Sim, um tanto fraco. A volta dos grandes nomes acontece apenas em outubro, com a disputa de cinturão dos meio-pesados. Cormier faz sua primeira defesa contra o homem que quase parou Jon Jones, Alexander Gustafsson.

Em 7 de novembro, São Paulo recebe o fechamento da trilogia entre Vitor Belfort e Dan Henderson. Robbie Lawler encara Carlos Condit pelo título dos meio-médios uma semana depois.

O grande evento na agenda, já marcado, é o UFC 194, com Aldo e McGregor, em 12 de dezembro. Outros ainda não sem data, mas já acordados: Ronda Rousey pega Miesha Tate na terceira luta entre elas, Chris Weidman defende o cinturão contra Luke Rockhold, , a brasileira Claudia Gadelha deve tentar tomar o título de Joanna Jedrzejczyk, Rafael dos Anjos fará sua primeira defesa contra Donald Cerrone e Fabrício Werdum ainda aguarda rival… O fim de 2015 e começo de 2016 prometem esquentar…

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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