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Sertanejo já imitou rival em treino. Agora, tem de vencê-lo em 'reestreia'

Maurício Dehò

23/08/2015 12h00

UFC: Do Bronx e Erick lutam para provar ser mais que 'eternas revelações'

No mundo das lutas, não é raro um atleta ter de assumir o papel de outro nos treinos. O papel dos sparrings, muitas vezes é exatamente esse: simular um rival, para que seu companheiro de time se prepare enfrentando as armas que terá na hora do combate. Felipe Sertanejo fez isso para Thomas Almeida. Imitou em detalhes o jogo de Yves Jabouin. Ele só não esperava que o mesmo Jabouin, aquele que Sertanejo "foi" em tantas oportunidades, virasse seu oponente logo depois.

Neste domingo, no Canadá, Sertanejo terá de provar que é tão bom sparring que, ao imitar Jabouin, aprendeu, também, a neutralizar e jogar nos erros que o canadense/haitiano apresenta. Teoricamente, ele estudou tanto rival, que está em ótima posição para seu recomeço no Ultimate. Esta será a primeira luta do paulistano baixando do peso pena (66 kg) para o galo (61 kg).

Com tudo o que sabe do oponente, o paulistano de 27 anos teve atenção redobrada no jiu-jítsu, já que Jabouin é bom em levar os rivais ao solo.

"Eu simulava ele para o Thomas, é algo que sempre fazemos, treinando o mais próximo possível do estilo do rival. Então eu já tinha estudado muito o jogo dele. O Yves Jabouin tem golpes rodados fortes, wrestling bom, mas não é tão bom no jiu-jítsu. Então, não estou tão preocupado em cair, treinei bastante jiu-jítsu para tentar finalizar, mas também vou atrás do nocaute com meu muay-thai", analisou Sertanejo.

Como Thomas, a expectativa é de liquidar a fatura antes do fim do terceiro round; "Eu acredito que vai terminar como a do Thomas: vai ser nocaute. Vou para cima o tempo todo", promete Sertanejo. "Mas, não dá para comparar as lutas. O Thomas vai mais pra dentro, eu gosto de lutar mais na distância."

A novidade vem em boa hora para Sertanejo. O lutador nunca teve dificuldades para ficar com 66 kg. A comodidade tinha um lado negativo, já que ele acabava sendo pequeno para o peso pena. Agora, ele apertou a dieta e espera chegar mais veloz e maior que seus adversários, para melhorar sua performance no UFC: desde 2011, foram oito lutas, com três vitórias, um empate e quatro derrotas.

"Eu nunca lutei no 61 kg. Na verdade, acho que não peso isso desde meus 14 anos", contou o lutador. Seu peso natural costuma ser de 74 kg. Para o novo desafio, baixou esse número para 70 kg. A principal diferença é na recuperação. Enquanto ele retornava de 66 kg para cerca de 72 kg, seus rivais surgiam com quase 80 kg no dia seguinte à pesagem.

"Resolvi criar coragem, porque nunca gostei de dieta, gosto muito de comer. Eu comia de tudo, não ligava para isso. Mas agora percebi que ajuda muito, até no rendimento dos treinos. Não foi por causa da derrota, desceria de qualquer forma. Faltava essa coragem, meu técnico até queria me manter no 66 kg, porque sou preguiçoso com dieta, mas foi melhor mudar", explicou.

Outra estreia de Sertanejo é lutando no exterior. Ainda que tenha feito lutas nos Estados Unidos, o fato é inédito para ele no Ultimate. "Não vejo muita diferença de lutar fora. O vantajoso é o pessoal de lá passar a te conhecer mais. Mas não muda muito. Quando fecha o octógono, o pau come de qualquer jeito", concluiu.

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