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Jones não luta, mas dá o caminho das pedras na luta pelo título do UFC 192

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

02/10/2015 06h02

Daniel Cormier já tem falado grosso como campeão dos meio-pesados, mas sua primeira defesa de cinturão – aquela luta em que ele provará que merece mesmo reinar na categoria – acontece neste sábado, no UFC 192. Ele encara Alexander Gustafsson, e os lutadores têm em comum não apenas as derrotas para Jon Jones, mas o fato de poderem tirar lições preciosas para o duelo em Houston.

Gustafsson foi o cara que mais deu trabalho a Jon Jones. Ele perdeu por pontos para o então campeão, em setembro de 2013. Já Cormier foi o rival que antecedeu todo o problema de Jones com a Justiça dos EUA. O agora campeão foi derrotado por Jones por pontos, em um combate quente, mas que realmente pendeu bem mais para o vencedor.

Para o combate deste sábado, Jones dá o caminho das pedras para ambos.

Cormier leva Jon Jones para um passeio

Cormier é um dos lutadores mais perigosos do meio-pesado, não é à toa está com o cinturão, mesmo sendo um "baixinho" de 1,80 m. O norte-americano tem uma mão pesada e uma agilidade e esperteza pra encurtar a distância e bater firme. Além de um queixo duro, como mostrou contra Anthony Johnson.

Se sua mão não entrar, ele já está pronto para agarrar seu rival e colocar em ação seu wrestling – modalidade em que foi atleta olímpico. Cormier conseguiu derrubar Jones e agora tem pela frente um adversário que, teoricamente, é ainda mais fácil de conseguir pôr para baixo.

Então, se a coisa ficar complicada de pé, pode tentar o chão, para abusar do ground and pound e abrir caminho para uma finalização. Isso não chegou a dar certo com Jones, mas diante de um trocador versátil como Gustafsson, mais uma vez Cormier tentará bloquear e segurar chutes para conseguir suas quedas e neutralizar as armas mais preciosas do sueco. O lance, basicamente, é acertar o que incomodou, mas não derrotou Jones.

E o sueco? Jones sofreu um bocado com Gustafsson, mas mostrou que a maior chance de se ter sucesso com o atual campeão é mantendo-o BEM longe do seu raio de ação. Jones ainda podia se permitir agarrar um pouco, pois é ótimo no wrestling, mas Gustafsson está abaixo neste quesito. Então, o lance é usar toda a sua altura e envergadura – 1,96 m e 2,01 m, respectivamente – para dar um chega pra lá em Cormier.

Lembra? Gustafsson deixou Jones assim

Bom de boxe, Gustafsson tem como principal qualidade seu repertório diverso. O sueco ataca de vários ângulos, surpreende os rivais e terá de estar no melhor de seu jogo para que isso funcione sem ser derrubado. Principalmente na hora de chutar e dar joelhadas, o perigo de ser pego por Cormier é grande.

Deixando Jones de lado, um ponto que favorece a Cormier é o psicológico. Ele, é claro, tem toda a vantagem de ser o campeão, vir de vitória, enquanto Gustafsson precisa mostrar que deixou para trás a humilhação que passou em seu último combate. Ser nocauteado por Anthony Johnson em apenas 2 minutos, em frente à sua torcida, na Suécia, é um golpe duro de se apagar tão rapidamente. Será que a confiança foi recuperada?

Nós – e Jon Jones  – veremos atentamente no sábado. Bones, por sinal, deixou um recado claro em seu Instagram. Está pronto:

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