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Como Cormier usou a maior arma do seu rival para manter o cinturão

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

05/10/2015 06h41


Enquanto estiver com o cinturão dos meio-pesados do UFC em volta de sua característica barriga saliente, Daniel Cormier terá de conviver com o porém de não ter vencido Jon Jones para alcançar este panteão. Mas depois de conseguir sua primeira defesa de título, diminuiu um pouco essa desconfiança.

O principal motivo para isso foi a versatilidade que apresentou contra Alexander Gustafsson, no último sábado, no luta principal do UFC 192, em Houston. Isso porque ele usou muito menos sua principal arma, o wrestling, e provou que pode, sim, bater de frente com um trocador, como é o caso do sueco, usando o jogo do adversário.

Vamos ver como Cormier desenrolou a vitória sobre Anthony Johnson, quando conquistou o cinturão em maio, e agora contra Gustafsson para mostrar isso.

Johnson é famoso por ter uma das mãos mais pesadas da categoria. Logo no começo do combate, acertou um cruzado que arremessou Daniel ao chão. Recuperado do golpe, Cormier decidiu usar seu jogo de luta agarrada e levar o adversário ao chão. Resultado: ele conseguiu dominar o combate – seja grudando Anthony na grade, seja por cima no solo – por 9min39 dos 12min21 que a luta durou.

O campeão engoliu o Johnson no wrestling e a finalização com uma kimura foi uma simples consequência de uma dominação avassaladora.

Daniel até tentou derrubar Alexander no último sábado e conseguiu uma vez, mas logo percebeu que seria difícil controlá-lo daquela maneira – e até foi quedado pelo sueco. Ele teve apenas 3min32 de domínio desta maneira. Então, decidiu ir para o campo rival e passou a trocar de maneira eficiente com um trocador por excelência.

Dominando três dos cinco do combate, o dono do cinturão conseguiu 219 golpes, contra 130 do desafiante. Em golpes significativos, outra vantagem: 140 a 120. A única vantagem de Gustafsson foi um knockdown que conseguiu no terceiro round, quando ficou perto de conseguir a vitória.

Em poder contar com golpes longos, por conta da enorme diferença de envergadura entre os dois, Daniel foi muito bem principalmente quando estava no clinch, usando uppers e o chamado "dirty boxing" (golpes curtos e rápidos quando os lutadores estão agarrados).

Apesar de a vitória ter sido pouco contestada, um ponto que acabou ganhando destaque após a luta foi ao se conferir a papeleta dos juízes laterais. O problema é que dois deles assinalaram o terceiro round, aquele em que Cormier foi derrubado pelos golpes de Gustafsson, para o campeão. E o knockdown aplicado pelo sueco foi o momento mais impactante da luta… Confira (via MMA Fighting):


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