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Qual o tamanho de Belfort? 3ª luta com Hendo define rumos do veterano

Maurício Dehò

07/11/2015 06h02

A derrota de Vitor Belfort para Chris Weidman foi o encerramento de um complicado ciclo para o brasileiro, que viu sua grande chance de ter mais um cinturão no UFC frustrada após muitos treinos, adiamentos e polêmicas – além é claro, do nocaute aplicado pelo norte-americano. Neste sábado, ele retorna ao octógono em São Paulo, no ginásio do Ibirapuera, contra o velho conhecido Dan Henderson. O combate vale, para ambos os veteranos, uma definição de seus rumos na organização.

Vitor e Hendo têm um histórico de 9 anos, que começou no Pride, com vitória do norte-americano, hoje com 45 anos. Em 2013, a revanche teve o brasileiro nocauteando. Para o fechamento desta trilogia, dúvidas rondam as cabeças dos protagonistas da noitada na capital paulista, que tem às 21h30 o card preliminar e à 1h de domingo o principal (com transmissão da Globo e acompanhamento do Placar UOL).

Afinal, qual o tamanho de Vitor Belfort após o fim do TRT (terapia de reposição de testosterona) e de um combate em que ele esteve a ponto de nocautear Weidman, mas tomou uma virada e perdeu? Diante de Hendo, ele tem de mostrar se é um cara que ainda pode sonhar com lutas gigantes e, por que não?, com cinturões ou se avançou realmente para um estágio de fim de carreira, fazendo lutas com rivais de renome, mas relegado a cards secundários do UFC.

Uma vitória de peso, ainda mais se nocautear rapidamente, dá um fôlego novo para Vitor. O resultado contra Weidman foi frustrante, mas o fato de ele ter balançado o campeão na trocação não pode ser esquecido. E o nome do brasileiro pode voltar a ser interessante comercialmente para o UFC, em termos de cinturão, se Luke Rockhold vencer Weidman em dezembro. Como perdeu para Vitor em 2013, um Rockhold campeão teria muito interesse em vingar aquele revés, ainda mais agora que o carioca está fora do TRT.

Belfort, claro, mantém seus discursos usuais de motivação, evita a todo custo falar do futuro e de uma luta por cinturão, mas mantém a confiança de ainda ter bons anos dentro do octógono. "Não gosto nunca de ser o mesmo de ontem. Estou evoluindo a cada dia. Gosto de aprender e estar sempre evoluindo. Estou com novas 'armas' e pretendo usá-las nesta luta", disse ele. "Eu estou motivado e pronto para o combate, preparado para tudo: nocautear, finalizar, lutar cinco rounds… Gosto de lutar, essa é a minha paixão. Enquanto me sentir motivado, continuarei."

Pós-Weidman: Abatimento e reflexão

Mas nem tudo foi simples assim. Logo após a derrota para Weidman, Belfort deixou transparecer o quanto abatido e decepcionado estava. Foram precisos alguns dias para ele se recompor e decidir manter a carreira ativa.

"Sempre, depois de toda luta, é preciso de um tempo para reflexão, derrota ou vitória", disse Joana Prado, sua mulher e empresária. "Sempre respeitei seu tempo, o Vitor tem seu tempo. 2014, principalmente, foi um ano difícil, com muitos adiamentos. Se ele tivesse lutado com o Weidman na primeira vez que a luta foi anunciada, com certeza teria ganhado. Mas o Vitor teve esse tempo, refletiu, e sempre vai ter meu apoio nas suas decisões."

A vontade de Vitor continuar é tanta, que ele já chegou a sugerir a criação de uma categoria "masters" no UFC, para lutadores acima dos 35 ou 40 anos – o brasileiro tem 38.

Vovô ainda tem gás?

Do alto de seus 45 anos, Henderson não escapa do tema aposentadoria, a cada entrevista que dá. A sua fase no Ultimate não ajuda: são cinco derrotas nas últimas sete lutas, se bem que o norte-americano bateu Tim Boetsch com sua principal arma, a bomba que tem no punho direito, um risco se Belfort for para cima com espaços abertos.

"Não gostei da última luta, quero acabar essa trilogia no topo, não vou perder dessa vez", prometeu Dan, que elogiou o rival, mas acha que pode pegá-lo no cansaço. "Vitor é perigoso, vem tentando arrancar sua cabeça com as mãos e os pés. Mas estou pronto e confiante que posso lutar duro por cinco rounds."

Vai ter sangue: Glover, Thominhas, Maldonado…

O card deste sábado em São Paulo tem diversos nomes e combates empolgantes. A começar com a luta coprincipal, entre os meio-pesados Glover Teixeira (quarto no ranking) e Patrick Cummins (9º). O brasileiro é franco favorito e tenta embalar. Após as derrotas para Jon Jones e Phil Davis, ele melhorou a forma física, venceu Ovince St-Preux e quer se recolocar no quadro principal da categoria, ainda mais agora que Jon Jones está pronto para retornar ao octógono em 2016.

Já Thomas Almeida, oitavo colocado nos galos, faz sua 20ª luta. Invicto e com 15 nocautes, espera dar show contra Anthony Birchak e buscar uma posição no top 5 de seu peso e uma disputa de título já em 2016.

Confira aqui os outros destaques desse card, onde detalhamos outros nomes que vale ficar de olho. Tem Maldonado, Durinho, Cowboy e o "mini-Anderson" Kevin Souza.

Card principal (1h)
Médio:
Vitor Belfort x Dan Henderson
Meio-pesado: Glover Teixeira x Patrick Cummins
Galo: Thomas Almeida x Anthony Birchak
Leve: Alex Cowboy x Piotr Hallmann
Leve: Gilbert Durinho x Rashid Magomedov
Meio-pesado: Fábio Maldonado x Corey Anderson

Card preliminar (21h30)
Leve: Gleison Tibau x Abel Trujillo
Leve: Yan Cabral x Johnny Case
Pena: Clay Guida x Thiago Tavares
Pena: Kevin Souza x Chas Skelly
Meio-médio: Viscardi Andrade x Gasan Umalatov
Galo: Pedro Munhoz x Jimmie Rivera
Galo: Bruno Korea x Matheus Nicolau

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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