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GSP abre o jogo e diz que briga com Dana ajudou na decisão de deixar o MMA

Maurício Dehò

26/11/2015 13h50

Georges St-Pierre segue confuso sobre a ideia de voltar ou não ao MMA, ainda que diga que está na melhor forma física de sua vida. Enquanto não desce do muro decide, o ex-campeão dos meio-médios do UFC revelou um detalhe que ainda não era sabido sobre seu afastamento do esporte: uma briga, digamos, com Dana White.

O canadense anunciou sua saída logo após vencer Johny Hendricks por pontos em novembro de 2013. Mas, o modo como GSP o fez irritou Dana White. O comportamento do chefão do Ultimate, por sua vez, irritou GSP. E aí já sabemos o que ocorreu…

No podcast de Chael Sonnen, St-Pierre abriu o jogo sobre este caso. Sonnen perguntou sobre a relação do canadense com Dana:

"Está tudo bem, eu nunca levei as coisas para o pessoal. O Dana faz o que lhe serve melhor. E ele não gosta que você saia [se aposente] com o cinturão. Eu faço o que é melhor para mim", iniciou ele, para depois detalhar os ocorridos daquela noite de UFC 167.

GSP e seu rosto "com pele de bebê" machucado na polêmica coletiva do UFC 167, que definiu sua aposentadoria após se desentender com Dana White

"Eu estava nos bastidores levando pontos. Veja todas as minhas lutas, na maioria eu fico com hematomas, minha pele fica marcada facilmente. Tenho uma pele meio de bebê, me machuco fácil. Eu estava levando esses pontos, sentei com um diretor e ia ir para a coletiva de imprensa. Então, uma funcionária do UFC disse: 'Não, você não tem permissão para ir'. Eu achei aquilo muito estranho e falei: 'Tente me impedir'.

"Eu entrei na coletiva e estava todo mundo esquisito. Não sabia na hora o que estava rolando, mas depois soube que ele tinha falado que eu tinha ido para o hospital, que tinha me machucado. Por tudo isso, eu estava muito bravo quando entrei na sala da coletiva."

Com um bravo com o outro, GSP não voltou atrás na sua decisão de parar de lutar, algo que se somou a outros fatores de descontentamento que ele já tinha, principalmente – diz ele – os regulamentos antidoping, na época mais frouxos.

"Entendo que o Dana ficou irritado porque eu estava me aposentando com o cinturão, mas ele poderia ter feito as coisas com mais classe."

"A verdade é que se tudo isso não tivesse acontecido, essas atitudes após a luta, talvez eu não tivesse tomado essa decisão e poderia ter dado a revanche a Johny Hendricks. Mas, por causa disso, fiquei bravo, frustrado e precisava deixar tudo de lado. Eu não tinha mais alegria em lutar e foi uma das razões que me fez parar", concluiu.

Volta ao octógono?

Georges St-Pierre segue tendo de responder a todo momento sobre sua possível volta. Neste momento, ele analisa uma proposta do técnico de boxe Freddie Roach, que quer GSP treinando seriamente, como se tivesse uma luta marcada, por seis semanas. Ao fim do prazo, o canadense escolheria seu rumo.

"Eu estou treinando, porque amo treinar. Quando vou à academia, eu gosto de pegar os principais caras, porque gosto mesmo. Estou em melhor forma do que quando competia, porque não tenho o estresse, tudo o que faço é porque gosto e posso fazer melhor. A questão é: se eu voltar a lutar, essa alegria que tenho agora iria embora? Eu não sei. Isso é o que falei com Freddie Roach", explicou ele.

"Estou pensando nisso, é uma boa ideia, mas ainda não sei quando vou fazer isso. Ainda não comecei. Eu sempre lutava no Super Bowl Weekend, e não podia ficar com a família, festejar o Natal e Ano Novo, sair. Se for começar, não será esse ano. Mas, se voltar, não seria para uma luta, ainda sou jovem e em forma. Se voltaria, seria para algumas lutas", encerrou.

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