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Aos 40, o que Anderson ainda significa para o UFC? Mais dinheiro no bolso

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

26/02/2016 08h19

A fase não é a mesma das glórias do passado, mas, aos 40 anos, Anderson Silva ainda é uma carta importante para o UFC. Um zap, podemos dizer. O ex-campeão dos médios ainda significa algo que qualquer empregador sonha: mais dinheiro no bolso. E não deve ser diferente neste sábado, quando ele volta de suspensão por doping contra Michael Bisping, em Londres.

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Em um estudo feito pela empresa brasileira de auditoria BDO, é possível observar que Anderson é um ponto fora da curva e traz ganhos significativos para a organização, em diversos pontos: mais público, ingressos mais caros e maior bilheteria. Além disso, sua participação e seu sucesso coincidem com os momentos de melhor desempenho da organização.

No âmbito geral, é interessante notar que o estudo mostra claramente como o UFC teve um momento de alta em 2013, sofreu uma queda grande em 2014 – uma temporada cheia de lesões e surpresas negativas – e retomou a subida em 2015. Anderson não lutou em 2014.

Entrando nos números levantados, vamos por partes:

– Público:
O público médio do UFC em 2011 foi de 12.884 pessoas, caiu para 9.593 em 2014 e teve uma boa recuperação em 2015, com 11.820. O curioso é notar que Anderson sempre aparece acima disso. A média do ex-campeão apresenta 3 mil espectadores acima da média geral. Seu recorde de público foi de 21.451 pessoas, no UFC 97, quando venceu Thales Leites.

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– Bilheteria:
Anderson tem números de bilheteria que, na média, são 65% acima do mercado. Nos eventos de maior expressão, ele chega a render para o UFC três vezes mais que a média – que em 2015 foi de US$ 2,21 milhões.

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– Preço de ingresso:
Depois de uma baixa enorme de 2013 para 2014 (de US$ 188,96 para 127,26), os valores de ingressos do UFC fecharam 2015 com média de US$ 181,04. Em eventos com o Spider, a média geral é 50% superior, com picos em lutas em que o preço dos tíquetes girou na da casa dos US$ 400.

As conclusões

Colocar Anderson para lutar ainda é um meio fácil de garantir lucros, mesmo que um novo fracasso um ano após sua suspensão por doping o deixe numa posição em que isso pode mudar. Com o ex-campeão, o UFC tem 20% mais público. De sua média de 10.700, tem um acréscimo de 2.100 espectadores.

Isso gera impacto direto no bolso, já que os eventos de maior expressão de Anderson – como acontece agora, com sua estreia em Londres pela organização, enfrentando um lutador local – chegam a ter ingressos custando mais que o dobro da média e geram uma bilheteria 40% maior que a média.

Como bem pontuaram os amigos da ESPN, Anderson e Bisping também geram seus gastos. Eles são os lutadores que mais "tiraram" dinheiro do UFC. O inglês é quem soma maior valor recebido em bolsas, com US$ 5,694 milhões, seguido pelo brasileiro, com US$ 4,717 milhões. Mas, é claro, os ganhos se multiplicam em cima dessa bolsa.

Então, uma coisa é certa. Enquanto o UFC puder e o "vovô" Anderson conseguir, ainda veremos muito do Spider no octógono. Afinal, quem vai ser bobo de perder esses milhões garantidos no bolso?

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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