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Jon Jones dá sorte, mas é ofuscado por pequeno gênio e chutes brasileiros

Jorge Corrêa

25/04/2016 06h01

Como já disse no post logo após a luta, Jon Jones não teve um atuação de encher os olhos no seu retorno ao octógono após quase um ano e meio. Muito travado, claramente sentiu a falta de ritmo, mas mesmo assim, não teve problemas para dominar e vencer Ovince St. Preux por pontos, em decisão unânime dos juízes.

Ao final do combate, até recusou o cinturão interino dos meio-pesados que conquistou com essa vitória. Disse que quer ouro que é dele, o título linear e que agora está nas mãos de Daniel Cormier. E é exatamente aí que reside a sorte de Jon Jones nesse seu aguardado, e até certo ponto frustrante, retorno ao MMA.

Contra OSP, o ex-campeão não precisou colocar muita pressão para dominar seu adversário – depois, soube-se que St. Preux fraturou o braço ainda no segundo round. Isso dificilmente aconteceria se Cormier fosse o adversário, como seria se não tivesse se lesionado menos de um mês antes para o combate.

O próprio Dana White comunga com essa ideia. "Se fosse o Cormier lá, ele teria uma noite difícil. Tire o tempo sem lutar e veremos. Ele pareceu bem, não foi nada demais", resumiu o chefão após o combate.

Jon Jones também assumiu, ainda no octógono e ouvindo as vaias que vinham das arquibancadas em Las Vegas, que não deu tudo que podia. Mais tarde, chegou a dar a entender que "escondeu o jogo". "Talvez eu estivesse segurando de propósito… Não, definitivamente existe um nível maior dentro de mim. Estou animado para ver a luta, ver o quanto ela foi ruim, pois sou um grande crítico meu."

Agora, temos de esperar para ver como ele vai se apresentar na unificação do cinturão, talvez no UFC 200 em julho. Se Jones tiver o mesmo desempenho do último sábado e Cormier lutar como lutou contra Anthony Johnson e Alexander Gustafsson, o título linear não vai mudar de mãos.

Pequeno gênio

Anderson Silva pode esperar: seus recordes no UFC serão quebrados em breve por um pequeno gênio do MMA de apenas 1,60m de altura. Maior lutador do UFC entre todas as categorias na atualidade, o campeão dos moscas Demetrious Johnson conseguiu ofuscar a volta de Jon Jones com uma atuação de gala contra Henry Cejudo.

Ele precisou de menos de 3min para dominar um campeão olímpico em um jogo perfeito de clinch e joelhadas. Não passou nem perto das lutas monótonas de 25 minutos que vinha fazendo. Agora, são 8 defesas consecutivas de cinturão (Anderson chegou a 10) e dez vitórias seguidas (contra 16 do brasileiro).

Demetrious só precisa de mais reconhecimento do público e do próprios UFC. Os fãs precisam comprar mais suas lutas e seu salário precisa de um belo reajuste. Com o bônus de performance da noite, ele levou quase US$ 250 mil. Conor McGregor ganhou US$ 1 milhão para apanhar de Nate Diaz em março.

Chutes com a marca do Brasil

Edson Barboza e Anthony Pettis não decepcionaram as expectativas de que fariam uma das melhores lutas da noite. Ponto para o brasileiro, que teve sua atuação mais sólida desde que chegou ao UFC e dominou o ex-campeão dos leves na base dos chutes, uma de suas marcas registradas.

Mas marca mesmo quem ficou foi o norte-americano. A parte interna de sua perna esquerda ficou com um hematoma gigantesco. Vai demorar para ele conseguir andar normalmente. Será um bom tempo para que pense em que rumo tomar em sua carreira depois de sua terceira derrota consecutiva no evento.

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