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Jones estraga festa do UFC, que corta na própria carne com novo antidoping

Jorge Corrêa

07/07/2016 11h54

Mais uma vez Jon Jones coloca tudo a perder e está fora do UFC 200

Mais uma vez Jon Jones coloca tudo a perder e está fora do UFC 200

O casamento estava marcado, a festa estava montada. E uma baita festa. Comes, bebes, músicos. Os convidados vestiram a melhor beca e a igreja estava cheia. Mas a noiva não apareceu. É assim que Dana White e seus pares devem estar se sentindo desde a última quarta-feira, quando foi anunciado que Jon Jones tinha sido pego no antidoping e estava fora da luta principal do UFC 200, contra Daniel Cormier, neste sábado.

Ainda não se sabe qual foi a substância, ou como se deu esse doping. Sabe-se apenas que ele foi flagrado em um exame fora da semana da luta, em um daqueles encontros surpresa que a USADA, responsáveis pelo antidoping do UFC, faz durante os treinamentos dos lutadores.

Mais tarde vou falar sobre o quando Jon Jones colocou mais uma enorme mancha em sua carreira e deu uma derrapada – talvez fatal – para colocar seu nome entre os maiores de todos os tempos neste esporte. Vou focar agora no impacto deste doping para o Ultimate.

O ex-campeão dos meio-pesados, que faria a unificação do cinturão da categoria no sábado, estragou a maior festa já feita pelo UFC. Essa edição de número 200 seria um evento sem precedentes. Tudo bem ainda teremos duas disputas de cinturão neste cards e outras duas nos dias anteriores, mas o sabor que fica neste momento é o de ressaca, de frustração.

Muita gente foi para Las Vegas ou comprou (compraria) esse evento no pay-per-view para ver no octógono uma das maiores rivalidades do momento no UFC e o encontro de dois lutadores incríveis. Vai ter que se contentar com o duelo de Brock Lesnar e Mark Hunt na luta principal. Ok, é uma luta legal, mas em termos esportivos, muito aquém do combate que caiu.

Mas esse doping de Jon Jones também pode ter um ponto positivo para o Ultimate. É a prova de que o novo sistema antidoping implantado pela franquia – absurdamente amplo e comandado por uma entidade muito reconhecida – funciona e para todos. Ninguém, nem mesmo as grandes estrelas, estão livres de serem flagrados.

O UFC por muito tempo foi acusado de ser conivente com o doping, de concordar com penas brandas das comissões atléticas ou não punir como deveria os atletas flagrados. Com os casos de Anderson Silva e do próprio Jon Jones no ano passado, com cocaína, o Ultimate resolveu revolucionar o sistema e apertar o cerco. Começou a cair um atleta atrás do outro.

Por um futuro limpo, Dana White está vendo seu show cortar na própria carne. Não foi a primeira e não será a última vez que o UFC vai perder uma grande luta por conta deste novo sistema, mas o evento está cada vez mais longe das acusações do passado e se tornando uma das modalidades mais limpas do mundo entre esportes de alto rendimento.

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