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Na Grade do MMA

Por que UFC 203 foi o evento mais maluco de 2016

Jorge Corrêa

12/09/2016 06h01

A expectativa sobre o UFC 203 era alta por conta da enorme gama de desafios que o evento apresentava. Isso sem ninguém nem mesmo pisar no octógono. Mas foi a porrada começar que o card se transformou no mais maluco deste ano, principalmente por conta das últimas três lutas. Deixem-me explicar.

Desastrada estreia de CM Punk – Foram quase dois anos de espera até que o ex-campeão do WWE pudesse estrear no MMA e logo em um card estelar do UFC. Aos 37 anos, ele colocava à prova seus anos de treinamento contra um jovem 13 anos mais novo. E foi um desastre. O antigo astro da luta ensaiada levou uma surra da qual vai demorar muito a esquecer. Dificilmente CM Punk vai voltar a pisar no octógono do Ultimate depois disso.

Voadora na cara – Fabrício Werdum é conhecido por ser muito irreverente e muitas vezes coloca isso dentro de suas lutas. Contra Travis Browne, foi preciso apenas 1s para vermos isso. Assim que o gongo soou, ele correu para cima do americano e acertou uma voadora na cara do rival, que por pouco não foi nocauteado. Ele ainda tentou alguns golpes giratórios bem pouco usuais entre pesos pesados.

Dedo fraturado – Ainda no primeiro round, Werdum acertou um cruzado que atingiu a mão de Browne. Na hora, o americano gritou e pediu para a luta parar. O brasileiro ainda partiu para cima, mas o juiz – vejam só – aceitou dar um tempo na luta para Travis ser olhado por um médico. ISSO FOI UM ERRO. A luta deveria ter sido encerrada e Fabrício declarado vencedor. Não existe pedido de tempo no MMA e o médico só pode entrar para verificar um atleta em caso de golpe ilegal – como dedo no olho, por exemplo.

Briga com treinador rival – A cereja do bolo veio ao final desta luta. O técnico de Browne – e mentor de Ronda Rousey – Edmond Tarverdyan começou a bater boca com Fabrício, que não pensou duas vezes: deu um chute frontal no peito do treinador, quase iniciando uma briga generalizada entre as duas equipes. No final, a turma do deixa disso evitou algo maior e ninguém será punido.

Campeão quase finalizado – Já na luta principal, Stipe Miocic esteve muito perto de perder seu cinturão. Ele foi atingido por um direto de Alistair Overeem e foi ao chão. Lá, o holandês encaixou um guilhotina que só por milagre alguém conseguiria escapar, ainda mais depois de sofrer um knockdown. E esse milagre aconteceu e o americano conseguiu uma das viradas mais impressionantes dos últimos tempos, nocauteando o rival ainda no primeiro round.

Usain Overeem – Alistair entrou no octógono com uma tática, no mínimo, estranha. Ele continuava buscando o momento certo de atacar, batendo e saindo, como fez em seus últimos combates. Mas dessa vez ele apostou em correr para se defender. E correu muito. Parecia inspirado nas medalhas de Bolt na Rio-2016.

Entrevista surreal – Como de praxe, o comentarista oficial do Ultimate Joe Rogan conversou com Stipe e, em seguida, com o derrotado, recém-acordado do nocaute brutal que sofreu. Overeem então disse que Miocic havia dado os três tapinhas durante guilhotina do começo da luta. O que ele não esperava era que o replay do lance fosse mostrado no telão. Então o ginásio inteiro viu que isso não aconteceu e tudo virou uma enorme torta de climão. Depois disso, Rogan disse que nunca mais vai entrevistar alguém no octógono que tenha acabado de ser nocauteado.

Bônus: a queda do elevador – Antes de o evento acontecer, um acidente quase colocou tudo a perder. Um elevador do hotel em que estavam hospedados todos os atletas despencou do terceiro andar. Com muitos dos astros do card nele, como Werdum e Urijah Faber. Mas apenas CB Dollaway acabou retirado do card por ter se machucado no ocorrido. Azar do brasileiro Francimar Bodão, que era seu adversário e acabou retirado do show.

CARD PRINCIPAL
Stipe Miocic venceu Alistair Overeem por nocaute técnico aos 4m27s do R1
Fabricio Werdum venceu Travis Browne por decisão unânime (29-28, 29-27, 30-27)
Mickey Gall venceu CM Punk por finalização aos 2m14s do R1
Jimmie Rivera venceu Urijah Faber por decisão unânime (triplo 30-27)
Jéssica Bate-Estaca venceu Joanne Calderwood por finalização aos 4m18s do R1
CARD PRELIMINAR
Bethe Correia venceu Jessica Eye por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28)
Brad Tavares venceu Caio Monstro por decisão dividida (29-28, 28-29, 30-27)
Nik Lentz venceu Michael McBride por nocaute técnico aos 4m17s do R2
Drew Dober venceu Jason Gonzalez por nocaute técnico a 1m45s do R1
Yancy Medeiros venceu Sean Spencer por finalização aos 49s do R2

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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