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Na Grade do MMA

Cyborg deixa drama do peso nas mãos do time e se vê perto de luta com Ronda

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

22/09/2016 06h01


Depois de sua tão aguardada estreia no UFC, em maio, em sua cidade natal, a curitibana Cris Cyborg está de volta ao octógono mais famoso do mundo e para fazer uma luta principal. Ela será a estreia do evento deste sábado, em Brasília, quando enfrenta a estreante sueca Lina Lansberg.

Mas nem tudo será festa para a brasileira até pisar no ringue daqui dois dias. Ela ainda está sofrendo muito para chegar a 140 libras (63,5kg) do peso combinado para o combate. E por um motivo bem polêmico. Ele falou com o blog sobre esse drama do corte de peso e como espera superá-lo.

A campeã peso galo do Invicta FC ainda comentou a fala positiva do presidente do UFC, Dana White, que finalmente se mostrou empolgado em convencer sua estrela Ronda Rousey a enfrentar a brasileira.

Porque está sendo mais complicado bater as 140 libas do que foi em Curitiba? Está sendo diferente de Curitiba porque lá eu bati o peso, mas eu nunca tinha tomado anticoncepcional para bater o peso, agora eu tomei a pedido do meu nutricionista. Ele falou que iria me ajudar, mas estou bem mais pesada dessa vez. Não devia ter mexido em time que está ganhando. Eu não concordei, por isso estou falando isso agora. Sempre aprendi que esse é um remédio que não é bom para ninguém. Vou terminar meu camp acreditando que vai dar tudo certo. Nunca é fácil bater o peso para mim. Mas vai dar certo, meu time acredita, mas se estiver muito difícil, o UFC dá a opção de conversarmos com eles.

Cris Cyborg e Lina Lansberg

Mas então você já pensa na possibilidade e não bater o peso e pagar a multa prevista para essa situação…  Todo atleta quer fazer o máximo de si, acho totalmente antiprofissional não bater o peso, foi o acordo que eu fiz e eu quero bater. Vou deixar na mão do meu time, mas eu particularmente quero muito bater porque sou profissional e gosto de fazer tudo correto. Mas também tenho de pensar na minha saúde. Com certeza meu time vai me defender e me proteger.

Em Curitiba, você se emocionou muito durante sua entrada. Foi uma das cenas mais marcantes do evento. Como explicar o que aconteceu lá? Eu entrei em todas as outras lutas, focada, pensando na luta, séria. Mas ali estava uma energia diferente, era na minha cidade, minha estreia, foi um presente, quando escutei minha música… Eu saí correndo feliz, não pensei na hora, foi apenas emoção. Acredito que foi bom, porque fiquei emocionada na entrada, mas quando pisei no octógono, mudei o foco para a luta. Aquela sensação vai ficar para sempre no meu coração, foi muito especial. Controlada eu estava, consciente na luta, bem focada. Foi só na hora mesmo da entrada. Não era uma emoção de adrenalina, era uma emoção de agradecimento.

Acha que em Brasília vai ser tão emocionante quanto? Sábado não vai ser diferente, vai ser como em qualquer outra luta, treinei bastante, a Lina é uma grande adversária. É especial por ser a luta principal. Mas não coloco essa responsabilidade nas minhas costas.

Como você se sentiu ao ouvir do Dana White que ele finalmente está disposto a casar uma luta sua contra a Ronda Rousey, depois de tantos anos refutando essa possibilidade? Com certeza ele não resolveu isso de um dia para o outro, isso foi planejado, ele já pensou em tudo. Fizeram eu estrar no 140 (libras, peso casado), tentei bate o peso galo (135 libras), não consegui… Não foi de ontem para hoje que pensou, ele sabe que é a luta que vai dar mais dinheiro, que é uma luta popular, que todos os fãs querem ver. Com certeza a Ronda também já sabe… O Dana White simplesmente quer fazer a luta que os fãs querem ver.

E com essas lutas em peso casado no UFC, você pensar em abandonar seu cinturão da categoria peso galo do Invicta? Eu continuo campeã no 145 (libras), é a minha categoria e não quero abandoná-la. Acredito que tem várias meninas que não conseguem ou sofrem para bater o peso galo, tem várias lutadoras que deveriam estar acima dos 135 (libras). Eu continuar lutando no meu peso seria eu continuar lutando pelas mulheres, para dar oportunidade de se igualar aos homens, ter mais categoria, não só 135 e 115 (libras). Precisamos de mais categorias, porque para mulher é bem difícil (cortar o peso), tem o ciclo menstrual, então você retém líquido, você tem mais hormônios. Ter mais opções de peso seria mais saudável para as atletas. Quero fortalecer as mulheres.

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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