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Ronda Rousey coloca legado em risco com luta contra Amanda Nunes

Jorge Corrêa

13/10/2016 06h01


Até mesmo quem já foi derrotada por ela ou está há mais tempo no esporte que ela não nega: Ronda Rousey foi a grande responsável por colocar o MMA feminino em posição de destaque, no mainstream do esporte. Mas esse importante legado corre um sério risco de ser manchado na próxima luta que a ex-campeã fará.

Mais de um ano depois de ser duramente nocauteada por Holly Holm e perder o cinturão galo feminino do UFC, que tinha sido apenas seu até então, Ronda vai desafiar a atual campeã Amanda Nunes, na luta principal do UFC 207, em Las Vegas, em 30 de dezembro.

Ronda Rousey tinha uma carreira invicta de 12 lutas, com 11 vitórias apenas no primeiro round, quando conheceu seu primeiro revés. Para se recuperar das graves lesões que os golpes de Holm lhe causaram, além de tentar não desgastar sua imagem ainda mais, ficou sumida na maior parte desse tempo.

Entre um e outro trabalho como atriz ou modelo, a norte-americana ficou se preparando para esse retorno bem longe dos holofotes. Nem mesmo nas redes sociais dava as caras. Tudo para recuperar o status de grande estrela do UFC, que conquistou nos últimos anos. Mas agora ela dará um passo arriscado.

Sem entrar no mérito se é ou não justa a chance imediata de disputar o cinturão em seguida de uma derrota (eu, pessoalmente, acho justo por tudo que ela fez antes de perder), Rousey terá de provar que se recuperou física e psicologicamente.

O problema é que talvez esteja dando um passo maior que a perna. Vai enfrentar uma adversária com ritmo de luta, na melhor fase de sua carreira e vindo de dar uma surra na antiga campeã (Miesha Tate). Amanda Nunes pode ser a adversária mais dura que Ronda já teve, mais até mesmo que Holly Holm.

Se for derrotada novamente – principalmente se for nocauteada ou finalizada – Rousey pode ver todo seu passado maculado. Voltam os questionamentos que ela sempre sofreu: será que no final ela era mesmo uma lutadora de um golpe só? Só a chave de braço salvava? Será que nunca vai evoluir na trocação?

Talvez fosse mais prudente ela voltar contra uma rival pior ranqueada, fazer um aquecimento antes de disputar o cinturão, recuperar o ritmo de luta e a confiança.

Sem contar que se ela perder para Amanda Nunes, também atrasa o sonho do UFC de colocá-la para enfrentar a brasileira Cris Cyborg, na superluta mais esperada do Ultimate no momento. Dana White já avisou que se Ronda recuperar seu cinturão, esse é o combate a ser casado em seguida.

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