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Weidman volta ao octógono para provar que não fez história por acaso no UFC

UOL Esporte

10/11/2016 06h00

Vitória sobre Romero pode devolver moral ao ex-campeão dos médios | Crédito: Julie Jacobson/AP

Vitória sobre Romero pode devolver moral ao ex-campeão dos médios | Crédito: Julie Jacobson/AP

Por Guilherme Dorini

Ele derrotou um dos maiores lutadores de todos os tempos e ainda foi campeão dos médios (até 83,9 kg) por quase três anos, mas, mesmo assim, ainda luta para se firmar entre os grandes atletas do UFC. Depois de muitas lesões, uma derrota e a perda do título, seu primeiro revés na carreira, Chris Weidman volta ao octógono no próximo sábado, contra Yoel Romero, no tão esperado evento em Nova York, para provar que não fez história por acaso e que merece ter seu nome reconhecido de vez na organização.

Weidman nocauteou Anderson Silva / Josh Hedges/Zuffa LLC

Weidman nocauteou Anderson Silva / Josh Hedges/Zuffa LLC

Mas o que mais ele poderia fazer para mudar sua história no evento? Pouca coisa. Weidman será sempre lembrado como o homem que acabou com o reinado de Anderson Silva. Apesar de muitos discutirem a forma com que o brasileiro lutou naquela noite, a vitória do norte-americano foi justa, um nocaute que entrou para a história. Na revanche, outro momento inesquecível. Depois de vencer por larga vantagem no primeiro round, viu Spider quebrar a perna em uma das lesões mais feias do esporte e, assim, garantir a manutenção de seu título na categoria.

Na sequência, não só se firmou como um campeão por quase três anos como também ficou conhecido como um aniquilador de brasileiros. Além das duas vitórias sobre Anderson, fez sua segunda defesa de cinturão contra Lyoto Machida, vencendo por decisão, e nocauteou Vitor Belfort com pouco mais de dois minutos do primeiro assalto. Em dezembro de 2015, no entanto, perdeu para Luke Rockhold, apenas sua primeira derrota na carreira, sua última aparição no octógono.

Além de derrubar um dos maiores de todos os tempos, o norte-americano teve um desempenho mais do que convincente dentro do octógono – foram nove vitórias em dez lutas desde sua estreia em março de 2011 na organização – e, ainda por cima, perdeu apenas um combate em toda sua carreira. Mas, então, por que toda essa desconfiança sobre Weidman?

Weidman atropelou Belfort | Joe Camporeale/USA TODAY Sports

Weidman atropelou Belfort | Joe Camporeale/USA TODAY Sports

LESÕES GERAM INSEGURANÇA

Um dos maiores questionamentos feitos ao norte-americano são suas recorrentes lesões, que prejudicam seu ritmo de luta. Foram pelo menos quatro em momentos importantes de sua carreira.

Weidman enfrentaria Lyoto na luta principal do UFC 173, em 24 de maio de 2014, em Las Vegas, nos Estados Unidos. No entanto, lesões nos dois joelhos fizeram com que o então campeão dos médios precisasse passar por cirurgia e tivesse o confronto adiado para a edição 175, realizada em 5 de julho.

Weidman sofreu com lesões enquanto era campeão | Crédito: Gary A. Vasquez/USA TODAY Sports

Weidman sofreu com lesões enquanto era campeão | Crédito: Gary A. Vasquez/USA TODAY Sports

Contra Belfort, mais dois problemas. Com luta marcada contra o brasileiro para 6 de dezembro, que seria sua terceira defesa de cinturão, o norte-americano fraturou a mão e viu seu combate ser adiado para fevereiro do próximo ano. Na época, o fato irritou Belfort. "Lesionar-se faz parte de todo esporte, porque treinamos em alta performance. Mas se lesionar duas vezes seguidas com tão pouco tempo de carreira? Estão de brincadeira, né? Para mim, ele queria passar o Natal com o cinturão", disse ao Combate.

Só que Belfort não imaginava que isso aconteceria mais uma vez. Em janeiro de 2015, Weidman sofreu com mais uma lesão e teve que adiar novamente seu confronto. Dessa vez, o norte-americano machucou a costela e conseguiu voltar ao octógono apenas em maio.

A quarta e última lesão foi a que mais atrapalhou Weidman. Após ser derrotado e perder o cinturão para Luke Rockhold, o norte-americano teve uma revanche marcada, mas, mais uma vez, não conseguiu honrar seu compromisso. Dessa vez, no entanto, Dana White não quis esperar sua recuperação, e Michael Bisping agradeceu. O inglês viu a disputa cair no seu colo e, ainda por cima, conseguiu se tornar campeão da categoria.

VOLTA POR CIMA

Weidman busca recuperação no UFC | Crédito: Steve Marcus/Getty Images

Weidman busca recuperação no UFC | Crédito: Steve Marcus/Getty Images

Weidman precisa vencer neste sábado para recuperar a moral e voltar para fila da disputa de cinturão. A luta, porém, não será fácil. O cubano Yoel Romero vem de sete vitórias seguidas, derrubando bons nomes da categoria.

Nas três últimas vezes que subiu no octógono, nocauteou Tim Kennedy e Lyoto Machida, levando os prêmios de luta e performance da noite, respectivamente, e ainda ganhou um duelo decisivo contra Ronaldo Jacaré, que o tornou desafiante ao cinturão. Sua chance só não veio porque acabou flagrado em um exame antidoping e acabou perdendo a vez.

Romero já lutou no meio-pesado (até 93 kg), mas conseguiu se consolidar nos médios. Conhecido por sua força física, ele foi atleta olímpico de wrestling por muitos anos, inclusive, ganhando uma medalha de prata nas Olimpíadas de Sydney, em 2000. Além disso, possui mãos pesadas, responsáveis por nocautear dez rivais em 12 lutas como profissional de MMA.

Weidman tem grande desafio pela frente | Crédito: Stephen R. Sylvanie/USA TODAY

Romero pode complicar vida de Weidman em Nova York | Crédito: Stephen R. Sylvanie/USA TODAY

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Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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