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UFC Fortaleza será divisor de águas para Vitor Belfort e Maurício Shogun

UOL Esporte

11/03/2017 04h00

Fortaleza definirá futuro de Belfort (esq.) e Shogun (dir.) no UFC | Crédito: Divulgação/UFC

Por Guilherme Dorini

O UFC volta ao Brasil neste sábado (11), quando fará sua segunda edição em Fortaleza, no Ceará. E, mais uma vez, a organização apostou em dois veteranos das artes marciais mistas para liderar o evento. É verdade que Vitor Belfort e Maurício Shogun ainda possuem algum apelo ao público brasileiro, mas precisarão tomar cuidado dentro do octógono, já que seus combates poderão representar um divisor de águas em suas respectivas carreiras.

Ainda existe um Fenômeno?

Belfort é considerado um dos maiores lutadores de todos os tempos do esporte, mas tem abusado de seu nome para se manter na elite dos pesos-médios (até 84 kg) do UFC. Uma hora a idade, 39 anos, e o cartel pesarão (se é que já não estão pesando) e o cenário pode mudar. Por isso, uma vitória contra o peso-meio-médio (até 77 kg) Kelvin Gastelum, que está se arriscando na divisão de cima, é fundamental.

Depois de não conseguir tirar o cinturão de Chris Weidman em 2015, sendo nocauteado no primeiro round, Belfort se reergueu com uma vitória imponente sobre Dan Henderson em São Paulo. Mas, convenhamos, Hendo, com seus quarenta e tantos anos, já fazia hora extra na organização.

Na sequência, se arriscou contra dois tops dos médios, e enfrentou a dura realidade. Contra Ronaldo Jacaré, sucumbiu no primeiro round. Já contra Gegard Mousasi, até chegou ao segundo assalto, mas foi completamente passivo, dominado pelo rival e acabou nocauteado. Um Fenômeno irreconhecível.

Agora, neste sábado, a esperança é de que ao menos um pouco daquele antigo Belfort apareça. E, apesar da idade, a oportunidade é boa. Gastelum está longe de ser um adversário fácil, mas a diferença de tamanho – claramente notada durante as encaradas –, pode ajudar o brasileiro. Uma vitória dará novo fôlego ao Fenômeno. Para quê? Só o tempo dirá. Um revés, o terceiro seguido, com certeza fará o UFC pensar diferente em relação ao seu futuro.

Agora vai, Shogun?

Shogun vive situação semelhante, mas, ao mesmo tempo, diferente de Belfort. Confuso, não? Eu explico. Ao contrário de Vitor, o lutador paranaense vem de duas vitórias seguidas. Mas, então, por que o momento é parecido? Shogun simplesmente não empolga mais há um bom tempo.

Shogun dá a impressão de que lutava por um objetivo e, quando o alcançou, "cansou". O ex-campeão do Pride chegou com uma grande expectativa no UFC. E correspondeu. Venceu nomes como Chuck Liddell e Mark Colaman antes de conquistar o cinturão dos meios-pesados (até 93 kg) de Lyoto Machida, em uma luta que marcava a revanche com o compatriota.

Depois, logo na sequência, teve seu cinturão tomado por um novato, ninguém menos que Jon Jones. Na sequência, subiu no octógono mais oito vezes, mas sequer emplacou duas vitórias seguidas. Foram três triunfos e cinco derrotas, sendo finalizado até mesmo por Chael Sonnen.

Shogun foi finalizado por Sonnen | Crédito: Jared Wickerham/Getty

Mas lembra que disse que, agora, Shogun vem de duas vitórias seguidas? Então, concluímos que esse é o melhor momento do brasileiro em seis anos, certo? Sim e não. Em números, sim. Seu desempenho, no entanto, deixa a desejar. Primeiro, venceu a revanche contra Rogério Minotouro por decisão unânime, apesar de não convencer todos os torcedores. Depois, em Curitiba, teve o braço erguido por decisão dividida contra Corey Anderson. Essa, sim, foi muito questionada.

Para sorte de Shogun, que fez apenas duas lutas em dois anos, a divisão dos meio-pesados é muito rasa (para não dizer fraca). Apesar de todo esse histórico, o brasileiro de 35 anos ainda é o sexto da categoria, que não sabe como Jon Jones voltará (se votar) e, frequentemente, repete desafiantes ao cinturão.

Neste sábado, ele enfrenta Gian Villante, apenas 12º da divisão, que também possui um cartel irregular na organização e não inspira muita confiança. Resta saber que Shogun entrará no octógono. Uma vitória certamente fará ele crescer na divisão e, quem sabe, voltar a enfrentar os tops por uma disputa de cinturão. Já uma derrota, ou até mesmo uma atuação apática, pode representar o fim da linha (ou de aspirações maiores) para o brasileiro.

Shogun venceu, mas não convenceu em Curitiba | Foto: Heuler Andrey/UOL

Confira tudas as lutas do UFC Fortaleza:
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Card principal

Vitor Belfort x Kelvin Gastelum
Maurício Rua x Gian Villante
Edson Barboza x Beneil Dariush
Jussier Formiga x Ray Borg
Bethe Correia x Marion Reneau
Alex "Caubói" x Tim Means

Card preliminar

Francisco 'Massaranduba' x Kevin Lee
Serginho Moraes x Davi Ramos
Rani Yahya x Joe Soto
Michel 'Trator x Josh Burkman
Rony Jason x Jeremy Kennedy
Garreth McLellan x Paulo Henrique 'Borrachinha'

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
Contato: nagradedomma@gmail.com

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