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Bellator, Japão... Qual será o próximo passo de Vitor Belfort fora do UFC?

UOL Esporte

23/05/2017 04h00

Qual será o futuro de Belfort?

Por Guilherme Dorini

Vitor Belfort surpreendeu o mundo das artes marciais mistas nesta segunda-feira (22). Em entrevista à Veja Rio, o lutador brasileiro deu a entender de que sua luta contra Nate Marquardt, no UFC 212, no Rio de Janeiro – diferentemente do que ele mesmo havia anunciado – , não será mais sua última da carreira.

"Saio do UFC, mas vou continuar competindo. A luta é a minha paixão. Pena que o MMA ainda não virou um esporte sério. Quem sabe ajudo a mudar esse quadro", afirmou à revista, antes de cutucar a nova gestão do UFC, que preza mais pelo show do que pelo lado esportivo.

"Hoje, um lutador é mais artista do que atleta. O UFC por si só é um show, e não um esporte. Dá tristeza ver lutadores novos querendo dirigir o carro do momento ou ganhar os holofotes como o Conor McGregor. A referência deles é ter, e não ser", declarou.

Mas e agora? O que será da carreira do Fenômeno?

A verdade é que Belfort possui uma idenficação grande com o UFC e poucos acreditavam (ou ainda acreditam) que o brasileiro algum dia poderia deixar a organização para migrar para um concorrente. No entanto, depois das declarações desta segunda, isso parece cada vez mais próximo – mesmo que contra sua própria vontade.

Belfort fez de tudo para não "romper" com o UFC. Já pediu diversas vezes por um cargo na organização, como já aconteceu com outros ídolos que decidiram se aposentar, e sempre bateu na tecla de que gostaria que fosse criada uma "liga das lendas" – com regras adaptadas para que os mais experientes pudessem continuar competindo entre si. Dana White, porém, nunca se mostrou muito animado com isso.

Dana White não se anima com ideias de Belfort | Michael Reaves/Getty Images

Então, sem contrato e sem a "compreensão" do patrão, a alternativa seria migrar para outro evento, onde teria a possibilidade real de continuar competindo em alto nível e de até mesmo ganhar mais dinheiro do que recebe hoje do UFC.

World Series of Fighting (WSOF), que em 2018 virará Professional Fighters League, seria muito pequeno para Belfort. Rizin FF até faria algum sentido, já que pertence ao ex-presidente do extinto Pride, onde o brasileiro fez oito lutas entre 1999 e 2006, e teve uma certa identificação. O problema é que, se aceitar ir ao Japão, estaria indo contra o discurso desta segunda. O evento japonês ainda é considerado "amador", casando lutas "freaks" e que não fariam sentido para ele.

A possibilidade mais real, então, é o Bellator, segundo maior evento de MMA do mundo e, hoje, considerado o grande rival do UFC. O evento sediado em Los Angeles (EUA) é totalmente profissional, conta com lutadores de alto nível, paga para alguns lutadores até mais do que Dana White é capaz de oferecer e, talvez o melhor motivo, já conta com uma espécie de "liga de lendas".

Bellator aposta alto em lutadores experientes

Fedor Emelianenko, Chael Sonnen, Rampage Jackson e Wanderlei Silva, por exemplo, são contratados do Bellator. Apesar da idade avançada e de não demonstrarem um alto nível dentro do cage, ainda possuem status de estrelas. O brasileiro, inclusive, já fez campanha para que Belfort viesse ao evento enfrentá-lo – uma revanche do primeiro evento do UFC no Brasil, quando o Fenômeno nocauteou o compatriota com apenas 44 segundos.

E agora? O qual será o futuro de Belfort? Será esse apenas um blefe para tentar amolecer o coração de Dana White e companhia? Ou será que o Fenômeno está mesmo disposto a trocar de organização e continuar competindo? As respostas destas perguntas, provavelmente, só serão conhecidas após o UFC 212, no Rio de Janeiro.

Belfort e Wanderlei foram técnico do TUF

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