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Descer de peso, revanche do Pride... O que fazer com Shogun após o vexame?

UOL Esporte

10/11/2014 06h00

Por José Ricardo Leite e Maurício Dehò

O que fazer com Mauricio Shogun? Essa é a questão que o UFC – e o próprio lutador e seu time -terá que quebrar a cabeça para reponder, após o inesperado nocaute-relâmpago na madrugada do último domingo, em Uberlândia. Uma lenda do Pride, um ex-campeão do Ultimate e um dos nocauteadores preferidos do público, o curitibano acrescentou mais um momento de baixa na montanha-russa que é sua carreira nos últimos anos, e já há poucas soluções boas para esta situação, mesmo que o lutador só tenha 32 anos.

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Em meio a altos e baixos, uma nova derrota para Dan Henderson já havia rendido uma mudança de posicionamento em relação aos combates escolhidos para ele. Agora, nem ao menos lutas que em tese poderiam preservar a moral do ex-campeão dos meio-pesados estão dando mais certo. Diante de Ovince St. Preux, em uma luta principal de evento no Brasil, uma vitória não era menos que obrigação.

Esperava-se que Shogun chegasse em alta para seu próximo compromisso: será técnico do TUF Brasil 4 ao lado de Anderson Silva, num duelo que não acabará no octógono. Nesta temporada, os treinadores não se enfrentam. Agora, será em meio ao reality show que o brasileiro terá de se redescobrir, achar um novo significado para a carreira e um caminho que possa por fim a esta fase tão irregular.

Mas o que fazer? Quanto arriscar? No cenário mais conservador, seria uma questão da escolha de rivais. Recomeçar contra "pangarés", já que há poucos ranqueados que sejam possíveis rivais de Shogun, ou enfim rever Rogério Minotouro, a quem venceu no Pride, são as opções.

Uma solução para lutadores em baixa é trocar de peso. No caso de Shogun, seria algo ousado: seguir Lyoto Machida e ir para os médios (84 kg). O esforço seria muito grande para cortar os 9 kg de diferença entre as categorias, e o curitibano teria de se testar contra rivais mais velozes. Mas sua pegada poderia fazer a diferença diante de oponentes menores. Se o sacrifício é válido e se seu organismo suportaria a mudança, só na prática é possível responder.

Caso se mantenha no meio-pesado, Shogun teria de encarar um já recorrente realocamento no casamento de lutas, mirando rivais de potencial médio ou baixo. Afinal, qual seria o interesse para o UFC em dar um novo voto de confiança contra estrelas de seu plantel?

Desde que perdeu para Alexander Gustafsson, o curitibano já se viu nesta posição em outros momentos. Encarou Chael Sonnen (um peso médio) e sofreu uma derrota humilhante, por finalização. Em seguida, deram-lhe o mediano James Te-Huna. Aí sim, Shogun correspondeu e foi arrasador. A fase parecia boa até os primeiros rounds contra Dan Henderson, mas uma mão bem encaixada do veterano definiu a derrota de Shogun e a escolha de rivais inferiores – Jimi Manuwa a princípio, sendo substituído por St. Preux.

Com o revés fulminante de sábado, seu ranking deve cair ainda mais e ele pode pela primeira vez deixar de ser top 10 dos meio-pesados. Mais um fator que pesará na hora de se definir seu destino.

Como esta edição do TUF não terá o tradicional duelo de técnicos, Shogun deve ganhar tempo para definir seu futuro. Bom para o brasileiro. Outra vantagem deve ser uma configuração "automática" da final do reality show, se tudo se mantiver como nas outras edições: evento no Brasil, em junho , Anderson na luta principal e Shogun na co-principal, ainda numa posição de prestígio.

Se o UFC mantiver a tática da escolha de nomes do segundo escalão no ranking, a tão comentada revanche com Rodrigo Minotouro, 13º dos meio-pesados, pode ganhar força. Qualquer que seja escolha, Shogun tem um horizonte cheio de nuvens pela frente…​

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