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Com atalho e sem dramas, brasileira luta para ir direto ao cinturão

UOL Esporte

10/12/2014 06h01


Por Maurício Dehò

O Brasil está perto de colocar uma mulher na briga por cinturão do UFC. E não é na categoria galo, a primeira criada pela organização e que tem Amanda Nunes, Jessica Andrade e Bethe Correia em boa fase. No recém-criado peso palha é que a chance está mais próxima. Claudia Gadelha faz seu segundo combate no Ultimate neste sábado, em Phoenix (EUA), e uma vitória a colocará contra a primeira campeã de sua divisão. É o que os patrões prometeram.

Claudinha tem algo a comemorar: o atalho que ela pegou que a permitiu fugir dos dramas do TUF, o reality show do UFC. Se, por um lado, ela não pôde ser a primeira campeã peso palha da história do Ultimate, por outro, evitou se colocar em uma situação em que ela saberia que "não ia dar certo", por conta das intrigas e brigas que o programa gera, além da exigência física do seu curto período de gravação.

Gadelha só observou do sofá de caso enquanto todas as suas possíveis futuras rivais se digladiaram na casa do UFC em Las Vegas – e houve muita rixa, lágrimas e aquelas brigas típicas de reality shows. Na Nova União, no Rio, manteve seu treino normal e encara Joanna Jedrzejczyk um dia depois de ser definida a primeira campeã peso palha. A final do TUF será realizada na sexta-feira, em Las Vegas.

"Estou assistindo e dando graças a Deus de não ter entrado na casa", ri Gadelha. "É muita confusão, muito drama… Eu sabia que não ia dar certo. Eu não ia me dar bem com elas. Fiquei aliviada em relação a isso também quando o Dedé (Pederneiras, técnico) me avisou que eu não ia. Já não me dou bem com algumas delas, se juntasse tudo dentro de uma casa, não ia dar certo."

Tanto Claudia quanto as garotas que foram para o reality show eram do plantel do Invicta FC. A brasileira não entrou no TUF por considerar que não tinha condições físicas de perder o peso e bater o limite de 52 kg diversas vezes em um período tão curto, como exige a disputa do programa.

Nem tudo é vantagem, a exemplo de Claudinha não poder lutar para ser a primeira campeã peso palha. "Eu também fiquei atrás em relação ao marketing, à visibilidade que está em cima delas, mas tive a vantagem de não passar pela casa, por essa maratona e estar na boca para disputar o cinturão", explica ela, que também tem o detalhe importante de precisar bater Joanna a todo custo e torcer para nenhuma grande rivalidade do TUF ofuscar a oportunidade prometida pelo UFC.

A organização não queria, originalmente, marcar luta para a brasileira, mas achou melhor colocá-la em ação mais uma vez e dar mais legitimidade ao seu title shot, já que Claudia só tinha um combate no Ultimate, a vitória por pontos contra Tina Lahdemaki, em julho.

Hoje, Claudia Gadelha tem 12 vitórias e está invicta, tendo triunfado duas vezes por nocaute e seis por finalização. "Minha rival de agora é boa na trocação, foi seis vezes campeã mundial de muay thai, é bem contundente. Mas acredito que tenho o antídoto pro jogo dela, que é encurtar e jogar da média pra curta distância, não a deixar fazer o jogo dela", analisou a brasileira.

Ronda no futuro?

Questionada se poderia enfrentar Ronda Rousey no futuro, em uma luta na categoria de cima, Claudia diz que tudo pode acontecer. O foco, é claro, está no peso palha por um bom tempo, mas nada impede que um desafio para uma superluta possa ser considerado em um momento oportuno.

"Já lutei uma vez como peso galo, contra uma menina que hoje é do UFC, e venci. Hoje me achei no peso, estou forte e é onde quero ficar, mas, no futuro, quem sabe não pode acontecer algo assim", afirmou Claudinha.

Sobre o estilo de Ronda como campeã e sua pose de durona em frente às câmeras, a brasileira acha que é só tipo: "Ela vende a imagem dela muito bem. Não acho que ela é marrenta daquele jeito, quem a conhece me diz que ela não é. Ela vende essa imagem: ela vai, fala e faz. E está muito acima de todas as outras da categoria, mesmo. Eu só tenho a agradecer pelo que ela fez pelo MMA feminino."

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