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Os erros que levaram à queda de Fabrício Werdum no UFC 198

Jorge Corrêa

15/05/2016 11h30


Post com Danilo Lavieri

"Não tenho que dar qualquer desculpa. Ele foi melhor que eu nesta noite." Foi desta maneira que Fabrício Werdum explicou a derrota para Stipe Miocic, que lhe custou o cinturão dos pesos pesados do UFC, diante de 45 mil pessoas na Arena da Baixada, em Curitiba.

Mas não foi somente um dia melhor do norte-americano. Por mais que ele negue, o gaúcho deixou de ser campeão por uma série de erros que ele cometeu, antes e durante a luta principal do UFC 198.

1) Muita afobação – O principal erro técnico que o brasileiro cometeu foi a maneira com que atacou Miocic no momento em que sofreu o nocaute. Ele foi muito afobado para cima do norte-americano, com a guarda muito aberta. Logo antes do golpe derradeiro, ele já tinha tentado a mesma coisa, mas Stipe não tinha conseguido acertá-lo com força. Fabrício então fez a mesma coisa. Como ele deu dois cruzados de esquerda, ficou com aquele lado aberto.

Não se pode cometer um erro desse contra um pugilista de nível mundial como Miocic. Mesmo andando para trás, ele conseguiu contra-golpear com muita força, pois essa é uma especialidade dele. Stipe o acertou como Anderson Silva fez contra Forrest Griffin, e Werdum caiu como José Aldo como Conor McGregor.

2) Pouca concentração – O próprio Fabrício admitiu que estava um pouco "avoado" quando entrou no octógono, sem dar muitos detalhes. Isso ficou claro em sua entrada e até mesmo nos primeiros minutos de luta. O clima gigantesco do estádio com 45 mil pessoas pareceu ter feito um efeito negativo do agora ex-campeão. Ao invés de empurrá-lo, todo aquele barulho tirou sua concentração.

No início da luta, Werdum pareceu menos intenso, menos focado e menos tático que em seus últimos combates. Não havia sequências, os chutes estavam displicentes. Dava para ver que não estava tudo bem com ele.

3) Muita festa – Fabrício negou com veemência que o que ele fez antes da luta pode ter afetado sua concentração e que ele sempre faz as mesmas coisas. Mas talvez ele tenha exagerado dessa vez por estar em casa. Uma coisa é ficar fazendo Happy Face na cidade do México, outra em Curitiba. Tudo fica muito mais amplificado, toma outra proporção.

Por exemplo: Werdum pareceu muito afetado com o fato de o UFC ter proibido a torcida de entrar com máscaras de sua famosa "Happy Face" por conta de um patrocinador que tinha no adereço e por questões de segurançaa. Ele fez uma reclamação contundente quanto a isso, pois teria gasto muito dinheiro para confeccionar 45 mil máscaras.

4) O tema da vitória (?) – No Creo Em Las Brujas, pelo que ellas hay, ellas hay. Pode parecer bobagem, por parecer superstição, mas não achei inteligente a escolha de música de Werdum para entrada no octógono, o tema da vitória usado nas transmissões de Fórmula 1 a partir dos anos 1980, que começou com Nelson Piquet, mas ficou famoso mesmo com Ayrton Senna.

Apenas um lutador tinha usado essa música no Ultimate: Fábio Maldonado. Quando fez isso, acabou duramente nocauteado em menos de um minutos em São Paulo. Contra quem mesmo? Ah, Stipe Miocic.

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