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Por que um cinturão interino de Aldo vale muito e o de Jon Jones quase nada

Jorge Corrêa

29/06/2016 06h01

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Muito se falou nos últimos anos que o UFC vem banalizando os cinturões interinos, ou que, pelo menos, não tem muitos critérios para colocá-los em jogo. Tanto que teremos dois deles no histórico UFC 200, um que será disputado e outro que será unificado. Mas são bem diferentes entre eles.

Nos últimos anos, ficou claro que há dois tipos de cinturões interinos no Ultimate. Um que vale muito, que é praticamente linear, e outro que vale bem pouco. Lembrando que esse tipo de disputa acontece quando os campeões de fato tem de se ausentar por algum tempo, sem previsão de volta.

O primeiro caso será o título que José Aldo vai disputar contra Frank Edgar. Depois de perder o cinturão que foi seu por quase seis anos no UFC ao ser nocauteado em apenas 13 segundos por Conor McGregor no final do ano passado, o brasileiro terá um passo importante para retomá-lo.

Para Aldo e para Edgar, essa disputa é praticamente por um título linear vago. Isso porque o irlandês não dá sinais de que deve voltar a bater o peso dos penas para colocar seu cinturão em jogo. Ele vai para segunda luta fora da categoria e seu técnico insiste em dizer que não quer que o campeão passe novamente pelo sofrimento de cortar peso até 66kg.

Com isso, quem vencer a disputa interina em 9 de julho, tem tudo para se tornar o campeão linear assim que McGregor oficializar que não volta aos penas.

É uma situação parecida com a que viveu Renan Barão anos atrás, quando era campeão interino dos galos. O UFC ficou protelando por muito tempo em oficializá-lo como campeão linear, enquanto Dominick Cruz não voltava. O americano acabou se machucando novamente e o brasileiro ficou com o título oficial depois de até mesmo ter defendido o interino.

Já o cinturão interino de Jon Jones vale bem pouco – o próprio não quis aceitá-lo assim que venceu Ovince St. Preux em abril, depois de Daniel Cormier sofrer uma lesão. O UFC colocou esse título em jogo para manter algum apelo no evento.

Mas como vimos, o campeão linear não iria ficar tanto tempo assim longe, tanto que a revanche entre dois – assim como a unificação desses dois cinturões – foi remarcada para pouco tempo depois, para 9 de julho, na luta principal do UFC 200. Ou seja, fazia pouca diferença Jon Jones ser campeão interino ou não, já que enfrentaria Cormier pouco depois.

Foi uma situação similar a de Conor McGregor, no meio do ano passado, quando Aldo se machucou e ele enfrentou Chad Mendes pelo título interino e foi unificar os cinturões contra o brasileiro poucos meses depois.

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