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Na Grade do MMA

Com fantasma do peso, Cyborg muda discurso para crescer no "novo UFC"

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

26/09/2016 06h01

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Como já era esperado, Cris Cyborg deu mais um show em sua 19ª luta profissional de MMA. O que poucos esperavam é que a sueca Lina Lansberg conseguisse sobreviver até metade do segundo round na luta principal do UFC Brasília, no último sábado. Mas a regra foi mantida: mais um atropelo da curitibana em seu segundo combate no maior evento de MMA do mundo.

Mas nem tudo na vida a curitibana será fácil daqui para frente, por mais que enfileire rival atrás de rival com nocautes avassaladores. Seu primeiro e enorme problema continua sendo o peso. Cris não bate fácil nem mesmo os 66kg de sua categoria de origem, quase morreu para fazer o peso combinado de 63,5kg dessa luta e nem por sonho chegaria aos 61kg da categoria que já existe no UFC.

(Parêntese importante: nem mesmo com uma libra adicional ela consegui fazer o peso combinado. Uma imagem deixa claro que a Comissão Atlética Brasileira de MMA fez vistas grossas às casas decimais. Cris pesou entre 141.450 e 141.600 libras. Ou seja, deveria ter sido multada por não bater o peso.)

Para poder crescer dentro do UFC, Cyborg começou a adaptar e mudar seus discursos e metas. Antes ela sonhava em conquistar um cinturão do Ultimate, vislumbrou a loucura de bater o peso galo e passou a cobrar a criação de sua categoria dentro do evento, o que Dana White nega com veemência.

Assim que nocauteou a sueca em Brasília, Cris passou a pedir superlutas. Ela não quer mais ser campeã do UFC, agora quer criar um legado dentro do evento contra adversárias que vão engrandecer seu cartel. Esse discurso vai completamente ao encontro com a mentalidade do "novo UFC".

Nos últimos tempos, vemos que as superlutas estão ganhando mais espaço e importância, sobrepujando até mesmo disputas de cinturão em grandes cards.

Em tempo: ela não atira mais no escuro ao pedir para enfrentar Ronda Rousey. Esqueçam as provocações do passado. Agora essa luta virou realidade com a nova mentalidade do Ultimate. Dana White já avisou que está pensando em como casar esse combate, algo que negou por muitos anos.

Mas o UFC também tinha de pensar com muito carinho em criar – sim – a categoria de Cyborg. O que não faltam são formas de montar plantel inteiro. Por exemplo, como já foi feito com o peso galo feminino. Por que não fazer uma edição do TUF só para isso? Cris seria uma ótima treinadora ao lado de, quem sabe, Holly Holm.

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