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Cyborg busca maior cinturão para recuperar tempo perdido em brigas com UFC

UOL Esporte

26/07/2017 04h00

Cris Cyborg sobe ao octógono neste sábado (29) em busca de coroar com atraso sua carreira no MMA. Campeã dominante no Strikforce e no Invicta FC, a brasileira trilhou um caminho de polêmicas até, enfim, ter a chance de lutar pelo cinturão dos penas do UFC, principal organização de MMA do mundo. O evento tem início programado a partir das 19h15 (de Brasília)

Ignorada no post oficial do UFC 214, Cyborg enfrenta Tonya Evinger podendo causar uma saia-justa em relação a seu futuro na organização. Em maio deste ano, enquanto pressionava para lutar, Cyborg chegou a comemorar a proximidade com o término de seu contrato com o Ultimate: "em breve serei uma atleta livre no mercado".

Quando em 2015 Cyborg assinou contrato com UFC, tudo levava a crer que a disputa de título seria questão de tempo. Enquanto pressionava o Ultimate pela criação da categoria dos penas, a brasileira seguia defendendo seu cinturão no Invicta FC e fazendo esporádicas aparições no octógono de Dana White (venceu Leslie Smith e Lina Lansberg em peso casado).

Mas no final de 2016 a relação com Dana White estremeceu de vez. O presidente do UFC afirmou que Cyborg havia recusado duas ofertas de lutas e anunciou que a categoria dos penas feminino estrearia com o duelo entre Holly Holm e Germaine de Randamie pelo cinturão.

O anúncio deu início a meses de polêmicas envolvendo Cyborg e UFC. Enquanto Germaine se recusava a enfrentá-la, a brasileira se mostrava incomodada com o tratamento dado pela organização e chegou a afirmar que o Ultimate "é anti-Cyborg".

Um dos episódios que ajudaram a aumentar o clima de tensão com a lutadora aconteceu ainda no final de 2015. Durante uma conversa com Dana White em um podcast, Joe Rogan, comentarista do UFC, fez uma piada desrespeitosa com Cyborg, dizendo que a brasileira "tem pênis" e que conseguia bater o peso dos galos caso não tivesse o órgão masculino.

A declaração causou polêmica e gerou uma resposta da própria Cyborg. "Joe Rogan, Tony Hinchcliffe (comediante) e Dana White, suas piadas são malvadas e ofensivas, não comédia. Quem iria querer trabalhar para uma equipe que é tão desrespeitosa?". Posteriormente, Rogan pediu desculpas pelo comentário.

Cyborg ganha a chance de lutar pelo cinturão

O cenário mudou no meio de junho. No dia 19, o UFC retirou o cinturão de Germaine devido às constantes recusas e anunciou que Cyborg lutaria com Megan Anderson, também antiga campeã do Invicta FC, pelo título vago.

A chance dada, porém, não esfriou os ânimos. Semanas depois de ter sua rival alterada – Tonya Evinger substituiu Megan Anderson por "problemas pessoais" -, Cyborg voltou a atacar Dana White. E dessa vez por um motivo, no mínimo, curioso.

A brasileira se irritou por supostamente ter sido bloqueada por Dana White no Instagram. O questionamento sobre o ocorrido gerou uma reação hilária do presidente do UFC, que chegou a pedir ajuda a funcionários da organização para checar se Cyborg estava realmente bloqueada, o que afirmaram não ser verdade.

Confusão fora do octógono

O período de incerteza em relação ao futuro não reservou a Cyborg polêmicas apenas com o UFC. Antes mesmo da confirmação de sua luta pelo cinturão, a brasileira agrediu a lutadora americana Angela Magana durante um evento organizado pelo Ultimate em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Cyborg se irritou com provocações feitas por Magana no Twitter e foi tirar satisfações. Durante a discussão, a brasileira acabou desferindo um soco na americana, que teve o lábio cortado. Por causa da confusão, Cyborg perdeu o patrocínio da empresa "GRRRL".

A confusão gerou um novo atrito com Dana White. O presidente do UFC se mostrou bastante irritado com a briga das duas. "Você pode odiar a Cyborg. Você pode amar a Cyborg. Você pode odiar Angela Magana. Você pode amar Angela Magana. Você não pode colocar as mãos em outro ser humano estando fora do octógono. Isso é tentativa de agressão. Você será preso", disparou.

A luta que nunca aconteceu

Foto: Isaac Brekken/AP – Heuler Andrey/UOL

Antes mesmo da criação da categoria dos penas, um fator em especial relacionava o nome de Cyborg ao UFC: Ronda Rousey. A norte-americana sempre provocava a brasileira, chegando, inclusive, a dizer que uma brasileira era um homem competindo entre as mulheres.

Com a tensão sempre presente entre as duas, uma "superluta" era constantemente especulada. O peso, porém, era a dificuldade para a realização do confronto. Ronda não abria mão de o combate acontecer na categoria dos galos (61,2kg), enquanto a brasileira afirmava não ser bom para sua saúde cortar tanto peso – Cyborg costuma lutar nos penas (66kg).

Mesmo com o confronto cada vez mais improvável, as provocações entre as duas não cessavam. No final de 2016, Cyborg afirmou em entrevista à "ESPN" americana que Ronda seria a única atleta capaz de fazê-la carregar diferenças pessoais para dentro do octógono. Em lágrimas, a brasileira disse que as declarações de Ronda mexiam com seu pai. "Quando você desrespeita eu e minha família e tenta ridicularizar a mim para os fãs… Não é legal".

Depois de anos de provocações, uma luta entre Cyborg e Ronda nem sequer aparece mais em pauta. A criação da categoria dos penas e a derrocada da norte-americana fizeram com que a vida de ambas tomassem rumos distintos e afastaram a esperada "superluta".

O UFC 214 acontecerá neste sábado (29) a partir das 19h15 (de Brasília). O card principal tem início previsto para 23h. O canal "Combate" transmitirá o evento ao vivo e o Placar UOL acompanhará em tempo real.

Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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