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Na Grade do MMA

Quando futebol não é exemplo - Um guia sobre o que lutadores NÃO devem falar em entrevistas

Jorge Corrêa

24/07/2012 06h01

O MMA vem tomando proporções gigantescas no Brasil e deve se consolidar em pouco tempo como o segundo esporte do país, mas seus lutadores não necessariamente estão acompanhando esse crescimento em sua relação com a imprensa. Eles vêm sofrendo do mesmo mal que vemos em jogadores de futebol: entrevistas padronizadas, declarações pasteurizadas, medo de ser sincero, de falar o que realmente pensa.

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Nossos veteranos já mostraram que não precisa ser assim, que o MMA tem espaço para falas fortes e convincentes. Anderson Silva, Vitor Belfort, Rodrigo Minotauro ou Wanderlei Silva estão aí para mostrar isso. Os mais jovens deveriam seguir esses exemplos – alguns mais velhos também.

Então, para dar uma mão para esses meninos, o blog elencou algumas das declarações mais coxinhas do momento no UFC. É apenas uma dica que pode ajudá-los e fazer o esporte ficar ainda maior. Juro que não quero ser maldoso e nem estou incentivando o trash talk sem noção. Então, vamos lá.

Dana White incentiva seus lutadores a falarem muito e falarem bem. Melhor todo mundo ouvir o chefe…

Pedir vaga no UFC Rio – Nunca, em nenhum momento, Joe Silva ou Dana White colocou qualquer lutador em evento X, Y ou Z depois de ele ter pedido para estar nele. Por que isso aconteceria justamente no Brasil? Eles sabem muito bem o que estão fazendo. Pedir um lugar no UFC virou moda, mas soa quase como desespero em alguns momentos. Não pega bem.

"Não escolho adversário" – Cada um sabe sua capacidade, suas possibilidades e os lutadores de sua categoria. Por que não falar que quer enfrentar um cara que seu jogo casa bem, alguém que vai fazer você subir no ranking da categoria? Lance os nomes, fale os caras que seriam bons rivais, faça com que a luta seja casada. Não é pedir alguém, é sugerir.

"Sou funcionário do UFC" – Está implícito em qualquer contrato empregatício que o funcionário trabalha para uma empresa e ninguém sai falando por aí que é "funcionário da Cola-Cola" ou "funcionário do McDonalds". É claro que se está lutando pelo UFC, é porque você é funcionário do UFC.

"Meu rival é um cara duro" – Alguém já teve luta fácil no UFC? Alguém já entrou no octógono e enfrentou um adversário fraquinho? Então para que falar toda hora que o rival "é um cara duro"? É muito repetitivo, é chato e já sabemos o quão duro são todos os rivais dentro do UFC.

"Prefiro lutar em pé, mas se a luta for para o chão, estou preparado" – O mínimo que se pode esperar de um lutador que esteja no maior evento de MMA do mundo é que esteja pronto para uma luta em pé e no chão. Melhor falar apenas que técnica você prefere usar.

"Vim preparado para dar meu melhor no sábado" – Diretamente dos gramados essa, hein?

"Faço meu trabalho, nocaute é consequência" – Segue a mesma linha do estar preparado para o chão e para a trocação. Mais honesto explicar de cara qual o tipo de técnica vai usar para tentar o nocaute.

"MMA vai superar o futebol" – Por mais entusiasta do MMA que você possa ser, o esporte pode até chegar perto do futebol em alguns grandes centros do mundo, mas superar uma modalidade com mais de 100 anos de história e que está em mais países que a própria ONU é quase impossível. Sejamos realistas.

"Nesse esporte você não pode vacilar nem um segundo" – Essa é a fala preferida de quem foi nocauteado ou finalizado. Em um esporte de contato, de combate, é óbvio que qualquer descuido, por mais rápido que ele seja, pode custar uma derrota, e das mais impressionantes.
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Sobre o blog

Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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