O Brasil está pronto para ficar sem campeões do UFC?
Se poucos anos atrás chegamos a ter quatro campeões ao mesmo tempo, o Brasil vive um momento complicado dentro do UFC. Este sábado pode sacramentar uma fase que o país não vive desde outubro de 2006, quando Anderson Silva conquistou o cinturão dos médios. Se José Aldo perder para Chad Mendes no Rio de Janeiro, o país voltará a ficar sem nenhum campeão no maior evento de MMA do mundo.
O brasileiro ainda é amplo favorito para manter o cinturão em terras brasileiras, mas a queda do Renan Barão para TJ Dillashaw, que veio para a luta como um grande azarão e acabou tomando o título do potiguar, abriu o caminho para uma reflexão que pode se tornar realidade nos próximos dias. O Brasil está pronto para ficar sem campeões do UFC?
Já falei em alguns posts aqui no blog e reitero qual é o maior desafio do Ultimate, e do MMA, aqui no país se isso acontecer. A torcida brasileira não gosta de esporte em si, ela gosta de ter campeões. Em geral, quer ficar apenas ao lado dos vencedores. A queda abrupta de interesse em modalidades como tênis ou fórmula 1 mostram bem isso.
Ciente disso, mas sem demostrar essa preocupação de forma explicita, a franquia passou a fazer um trabalho de base nos últimos dois anos. Entressafras são comuns em qualquer modalidade, momentos de baixa também, como vemos até no futebol brasileiro atualmente. A questão era preparar terreno para quando essa hora chegasse.
Foram duas as vertentes do Ultimate: educar e massificar. Claro que em um primeiro momento, todo o trabalho foi em cima dos campeões. É o jeito mais fácil de jogar. Anderson Silva se tornou, em poucos meses, um dos maiores astros do esporte nacional. Foi com ele e principalmente com Junior Cigano, então campeão dos pesados, e o próprio José Aldo, que a franquia se alavancou no Brasil.
O passo seguinte foi explicar e mostrar a modalidade para o maior número de pessoas possíveis. Isso foi feito com a criação da versão brasileira do reality show The Ultimate Fighter, que vai para sua quarta edição. Depois, levou um caminhão de eventos para as mais diversas cidades e regiões do país – serão 7 cards esse ano, assim como foi em 2013.
Mas é apenas agora que o UFC vai descobrir se esse trabalho deu certo. No Canadá, por exemplo, funcionou. O esporte se tornou um gigante, ficando atrás apenas do hóquei no gelo, tendo apenas o ex-campeão Georges St-Pierre como base. Mas com poucos anos com o astro como campeão dos meio-médios, os canadenses se mostraram apaixonados pelo MMA.
A torcida brasileira lembra muito a canadense no quesito paixão e vibração, mas um recuo do interesse por aqui é natural caso fiquemos sem campeões. A questão é saber o tamanho dele. Mas Dana White e seus pares devem estar aliviados em saber que terão mais tempo para se consolidarem por aqui com a volta de Anderson Silva e a chance de Vitor Belfort se tornar campeão dos médios no ano que vem.
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