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Na Grade do MMA

Nova campeã embala estreia de musas e põe Europa de volta no mapa do UFC

Maurício Dehò

09/04/2015 06h00

No primeiro olhar, o duelo Izabela Badurek e Alexandra Albu é só uma luta entre novas "musas" do UFC, que estreiam no primeiro evento da organização na Polônia, neste sábado. Mas, há mais aspectos como pano de fundo deste combate. Entrar na Europa é uma guerra de muitas batalhas que o UFC enfrenta há anos. E é entre as mulheres que as coisas estão andando mais rapidamente. O recém-conquistado título de Joanna Jedrzejczyk no peso mosca embala as novatas e mostra que as europeias podem ter papel de protagonistas na organização.

Os cartéis de Izabela e Alexandra são curtos, mas o histórico delas como lutadoras mostra que elas não caíram de paraquedas no UFC – apesar de muitos as subestimarem como apenas "rostinhos bonitos".

Izabela é a lutadora da casa. A polonesa tem sete lutas profissionais, com cinco vitórias e duas derrotas. Seus últimos três confrontos terminaram com triunfos por finalização. E, apesar de ser nova no MMA, ela já é lutadora há muito tempo.

"Eu comecei no judô quanto tinha sete anos. Compito desde os oito. Eu estou no tatame, no tapete de luta livre ou na jaula há pelo menos 15 anos. É meu trabalho, meu hobby, minha paixão. Não trocaria isso por nada, e o octógono do UFC é onde quero estar", disse a lutadora de apenas 23 anos.

Alexandra Albu também tem um histórico de longa data como lutadora. Ela começou a treinar caratê ainda aos dez anos, para evitar as aulas de dança que sua irmã e sua mãe frequentavam. Não demorou, e ela ganhou a faixa preta. A russa de 24 anos é também modelo, já trabalhou como segurança de boates e foi fisiculturista, mas se voltou para o MMA. De acordo com o Ultimate, ela tem cinco vitórias – só uma aparece em seu cartel no Sherdog. Quatro delas foram por nocaute, e uma por finalização.

A russa deveria ter estreado no Ultimate em 2014, mas uma lesão de ligamento a tirou de ação por sete meses.

Assim como a rival, Izabela desceu de peso para estrear na categoria palha, até 52 kg. Foi neste peso que a Europa voltou a ter um dono de cinturão depois de quase dez anos. No UFC 185, a polonesa Joanna Jedrzejczyk surpreendeu ao vencer Carla Esparza e o continente teve seu primeiro campeão desde Andrei Arlovski, em 2005. Joanna virou motivação para a dupla. Principalmente para Izabela, com quem treinou recentemente.

"Fiquei muito feliz por Joanna. Nós, na verdade, treinamos juntas antes da luta, e ela é muito doce e educada. Ela enfrentou as melhores em duas categorias de peso, e merece muito o que conquistou. Infelizmente, a cena europeia ainda é muito mente fechada sobre mulheres competindo, mas a Polônia tem garotas em eventos muito antes de ter virado moda, agora", contou a polonesa.

Para Alexandra e Izabela, o desafio depois deste combate será medir forças com os melhores nomes já estabelecidos no UFC, e provar que tem valor frente à forte competição de americanas, canadenses e brasileiras, assim como Joanna Jedrzejczyk fez.

Se no peso palha as europeias estão em bom número e em destaque, no galo não há ainda amostras de uma mudança de cenário. Ronda Rousey, dos EUA, segue firme com o cinturão, e enfrentará a brasileira Bethe Correia em agosto.

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