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'Novo UFC' acaba com imitações e fantasias do maior showman das pesagens

Maurício Dehò

25/07/2015 12h40

Tom Lawlor, o showman das pesagens do UFC

A onda de profissionalização no UFC, em busca de se adequar a modelos como os da NFL e NBA, tem deixado vítimas pelo caminho. Uma delas, muito falada nessa semana, foi o cutman Jacob "Stitch" Duran, que criticou a derrubada dos patrocinadores pessoais de seus uniformes – do mesmo modo como aconteceu com os lutadores – e foi demitido da organização sumariamente. Na sexta-feira, a ausência não foi de um indivíduo, mas das fantasias de um lutador acostumado a ser o showman das pesagens, que teve de abandonar sua fanfarronice.

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Tom Lawlor não tem os melhores resultados dentro do octógono, mas ficou muito conhecido por suas graças nas pesagens e entradas de lutas. O cara caprichava nas fantasias, homenageando ídolos das lutas e da música, mas foi "barrado no baile" desta vez.

Tudo porque o acordo com a Reebok é extremamente restrito quanto às vestimentas. Fabricante do primeiro uniforme padronizado para todo o plantel, a marca de material esportivo os veste em toda a semana de luta, incluindo coletivas e pesagens, além dos combates, é claro.

Então, Lawlor teve de se apresentar como todos os outros, abandonando as figuras lendárias que levou à pesagem. Até cabisbaixo ele estava. Ele, que já foi Apollo Creed, personagem de Rocky Balboa, imitou o ex-campeão Dan Severn, vestiu-se de Steven Seagall e apareceu até de balde na cabeça como o Buckethead, o bizarro guitarrista que tocou no Guns N' Roses. Também imitou Art Jimmerson, Hulk Hogan… Enfim, a brincadeira já era tradição.

"O que vou fazer?", disse, ao MMA Fighting. "Eu não posso me fantasiar. A Reebok não faz um monte de roupas diferentes para mim. Eles não fazem um bigode da Reebok do Don Frye para mim. Então, estou preso em ser eu mesmo."

E o pior é que ele nunca colocou em prática a sua performance preferida. "Minha favorita era uma imitação do New Kids on the Block. Eu tenho a fantasia, o microfone, ensaiei, mas nunca poderei usar no UFC", lamentou.

Apesar de perder esse personagem icônico, o UFC tem maiores preocupações com Lawlor. O meio-pesado precisa provar que se recuperou de um longo período afastado por lesionar o joelho e passar por cirurgias.

A última luta do norte-americano aconteceu em abril de 2013 – mais de dois anos, portanto – e teve vitória por finalização contra Michael Kuiper. O retrospecto é fraco: quatro reveses nos últimos setes combates. Seu rival, Gian Villante, vem embalado por dois triunfos, ambos com prêmios de luta da noite.

"Foi uma longa jornada de recuperação. Eu machuquei bem feio o joelho, precisei de cirurgias… Fiquei pronto para lutar no ano passado, mas me machuquei de novo. Não é que parei, eu ralei muito na academia, só que ainda não podia lutar", explicou ele.

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