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Canadá tem card com legião brasileira. Veja o que esta em jogo para os seis

Maurício Dehò

20/08/2015 06h01


Com a notável diminuição do número de cards do UFC no Brasil – escanteando opções de cidades menores como Jaraguá do Sul e Uberlância -, muitos dos lutadores que lutavam quase que somente em eventos realizados por aqui invadiram as noitadas realizadas no exterior. É o caso do UFC deste domingo, no Canadá. A cidade de Saskatoon recebe uma legião brasileira, com seis brasileiros, sendo dois nas lutas principais.

Charles do Bronx é um dos protagonistas. O número 7 dos penas faz a luta principal contra Max Holloway, quinto do ranking. Não são nomes tão expressivos para o grande público, mas são duas revelações – já de longa data, ambos vem de boa série de vitórias e tem um histórico de combates eletrizantes.

Com tantos brasileiros, cinco deles vindo vitórias, vamos ao que está em jogo, em um UFC sem grandes estrelas, mas ainda assim com a expectativa de combates quentes.


1. Charles do Bronx: agora vai?
Hora da verdade para Charles do Bronx. O paulista do Guarujá tem apenas 25 anos, mas soma 12 combates só no UFC. Desde que virou peso pena, ele se encontrou. Apesar de duas derrotas contra nomes fortes, agora já emenda quatro combates com vitórias, sendo três com finalizações e bônus pela sua performance. Sétimo do ranking, ele pode invadir o top 5 contra Holloway (exatamente o quinto colocado). Aos 23 anos, o americano é perigoso, tem seis triunfos consecutivos, mas é tudo o que Charles precisa neste momento para despontar de vez rumo ao cinturão e deixar aquela alcunha de "eterna revelação" de lado. A chave para a vitória será conseguir derrubar Holloway, que é ótimo em defesa de queda, para botar seu jiu-jítsu em prática.

2. Erick Silva: pressionado
Faz tempo que Erick Silva ganhou nome próprio e deixou para trás o termo "pupilo de Anderson". Mas a gangorra de resultados ainda incomoda. Ele teria em Saskatoon um bom desafio contra Rick Story, décimo do ranking, mas seu rival foi substituído por Neil Magny, 15º. Assim, a luta vale menos, mas pode render a entrada na lista dos melhores meio-médios do UFC. A pressão pela vitória se deve ao fato de Magny ter lutador a apenas três semanas, quando foi finalizado por Demian Maia. Portanto, o norte-americano chega fora de forma para tentar impedir a terceira vitória seguida de Erick.

3. Massaranduba: embalado
Com seu jeitão caricato e algumas derrotas, Massaranduba não é levado tão a sério. Mas, pode ser que ele mude isso agora. Embalado por três vitórias seguidas, o peso leve tenta ampliar o bom retrospecto contra Chad Laprise, lutador invicto após dez combates. Os triunfos de Massaranduba foram por pontos, então ainda falta algo de impacto. Mas é inegável que uma quarta vitória, contra um bom talento canadense e em um card principal, elevará seu nome para um patamar inédito em sua carreira.

4. Sertanejo: reestreia
Felipe Arantes, o Sertanejo, tem estreia dupla: primeira luta fora do Brasil – após oito lutas e quatro anos no Ultimate – e primeiro combate no peso galo. Com apenas três vitórias no Ultimate, o brasileiro sabe que tem de mostrar serviço. Assim, preferiu descer de categoria para, enfim, pegar rivais de um tamanho mais adequado ao seu. Na preparação, precaveu-se com muita dieta e um peso bem próximo do limite, para não tomar sustos e se recuperar bem da pesagem. O rival de Sertanejo é Yves Jabouin, que curiosamente perdeu a sua última luta para o parceiro de treinos do brasileiro na Chute Boxe Thomas Almeida.

5. Marcos Pezão: NO-CAU-TES
O ex-TUF Marcos Pezão encaixou dois nocautes seguidos, um como peso pesado e outro na volta ao meio-pesado. A vitória contra Igor Pokrajac, no UFC de São Paulo, em dezembro, foi particularmente especial e o coloca em um bom caminho na organização. O rival é Nikita Krylov, também um ex-peso pesado, que tem 5 lutas no UFC, com três triunfos. No total da carreira, Pezão tem 76% das suas vitórias por nocaute – dez de 13 lutas acabaram assim.

6. Elias Silvério, o Xuxu: recuperação
O único brasileiro que vem de derrota é Xuxu. O peso leve pega Shane Campbell na segunda luta da noite, buscando se recuperar do primeiro tropeço da carreira. No Ultimate desde 2013, ele venceu três combates, totalizando 11 triunfos em 11 lutas no MMA, mas caiu pela primeira vez em dezembro, nocauteado por Rashid Magomedov. O ex-campeão do Jungle Fight pega um ex-lutador de kickboxing. Campbell estreou no Ultimate em abril, com derrota por nocaute para John Makdessi.

Sobre o blog

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