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Em franca ascensão, brasileiro não teme duelo de caubóis: 'eu dominava boi'

Maurício Dehò

17/02/2016 06h01


Apesar de uma mudança de última hora, o UFC do próximo sábado viu sua luta principal "cair pra cima". Afinal, quão legal é um combate em que temos Cowboy norte-americano contra Cowboy brasileiro? E, mais do que isso, com dois lutadores que entregam grandes combates sempre que entram no octógono.

Alex Oliveira, o ex-peão de Três Rios (RJ), foi mais uma vez chamado de última hora para salvar o Ultimate. Não é a primeira vez que isso acontece, mas ele vem provando seu valor a cada vez que é convocado. O peso meio-médio (que às vezes luta como leve) estreou na organização há apenas 11 meses. Perdeu a primeira, mas agora já soma três vitórias seguidas. A surpresa é aparecer em uma luta principal tão cedo. Mas isso não chega a virar medo. Alex quer mostrar que o caubói brasileiro é mais forte que o norte-americano.

O lutador fluminense bateu um papo com o blog e contou que já estava pronto para um chamado inesperado, treinando forte para alguma eventualidade que ocorresse antes do prazo que esperava para lutar – Cowboy deveria competir no UFC 198, no Brasil.

"Fiquei feliz pra caramba, mesmo sendo em cima da hora, é uma grande chance essa luta com o Cerrone. Eu já estava treinando, sempre treino forte, com pressão, e meu mestre já tinha me falado: se prepara, porque a qualquer momento pode aparecer luta", disse o brasileiro, que antes de ser lutador sonhava ser peão de boiadeiro e até morou em Barretos, mas desistiu quando o sonho não vingou (veja mais da história dele aqui)

cowboys

Cerrone é quase uma versão gringa de Alex. Não só por ser caubói e ter fazenda por lá. São dois lutadores que não dizem não ao UFC, talentosos, sangue nos olhos e bons na trocação. Mas, para o brasileiro, seu rival é só um peão "genérico".

"Nunca tive poder para ter fazenda e essas coisas que ele tem, mas eu dominava boi no posto, achou que sou o caubói de verdade. Sem querer tirar a moral dele, mas vou para ganhar, para fazer meu nome", disse Alex, que em seguida caiu na brincadeira.

"Eu já via as lutas dele faz tempo. Não tem nada de mais não, ele vai vir pra porrada e eu vou também. Eu ia pra rodeio, enfrentava os bichos e agora sou eu e ele, no mesmo peso. Já enfrentei coisa pior, mas boi é diferente de ser humano, né?", riu o lutador.

Com suas três vitórias, sendo duas como meio-médio e uma como leve – a mais recente -, ele pega Cerrone na categoria de cima, até 77 kg. Uma vitória contra alguém do status de Cerrone pode fazer o brasileiro saltar muitos degraus em sua curta carreira no UFC.

"Não estou de brincadeira, cheguei para ficar, ele tem o nome dele, eu tenho o meu.
Sou humilde, mas vou cair para dentro da parada, vou pegar na porrada. Chegar ao UFC é um sonho para todos, não é brincadeira entrar no maior evento do mundo. E o cinturão é o que quero. Não quero ultrapassar ninguém, só quero conquistar meu lugar e estar pelo menos entre os dois melhores."

Uma das coisas que faz a luta tão interessante é a veia porradeira de ambos, já que são dois especialistas na trocação. Alex tem 18 lutas, com 14 vitórias e nove delas foram por nocaute. E ele imagina que esse será o desfecho no próximo sábado.
"Somos dois caras que gostam de porrada, que são nocauteadores, que caem para cima, que não medem esforço e aceitam qualquer luta. Meu irmão, a porrada vai cantar e sou mais o cowboy brasileiro, tenho que honrar minha bandeira", disse o brasileiro.

Se a luta for no clima que ele espera, pode ser até que pinte seu segundo bônus de performance. Na última luta que fez, Alex levou prêmio extra de US$ 50 mil para casa. Com o dinheiro, construiu uma casa para a mãe, um desejo de longa data que tinha.

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