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Na Grade do MMA

Jon Jones, a fera ferida

Jorge Corrêa

24/04/2014 12h01

Tive a oportunidade de cobrir dezenas de eventos do UFC in loco, mas nada se compara com o que vi na cidade canadense de Toronto em setembro do ano passado. Campeão com sobras até então, Jon Jones nunca tinha sido derrubado, quem diria sangrado no octógono. Isso até encontrar Alexander Gustafsson.

Dificilmente um fã de MMA vai ver o dono do cinturão da mesma maneira depois de tudo que ele passou nas mãos do sueco, apesar de ter mantido o título. É com marcas profundas, na pele e na memória das pessoas, e boas doses de desconfiança que ele volta ao octógono neste sábado, na luta principal do UFC 172, contra Glover Teixeira.

Ainda não vou nem entrar no mérito das qualidade do brasileiro para este combate – o farei em um post no sábado. A questão aqui é lembrar os apuros que Jon Jones passou na noite em que mostrou pela primeira vez que é mortal, além das lições que ele deve tirar daquela batalha épica.

Todo mundo sabia que Gustafsson não seria um rival fácil, principalmente por seu tamanho – era o primeiro adversário que Jones enfrentava com uma envergadura similar a dele. Mas com poucos segundos, o sueco mostrou que seria bem mais que aquilo. O que muitos imaginavam ser impossível, Alexander conseguiu, no primeiro round, fazer Jon Jones sangrar e ser quedado pela primeira vez no UFC.

A plateia assistia atônita – mas barulhenta – uma iminente derrota do mais jovem e mais dominante campeão do UFC. Jon Jones virou o jogo apenas no terceiro round, depois de uma potente cotovelada giratória. Mas o combate foi uma guerra nos cinco rounds. Qual fosse o resultado teríamos reclamações e comemorações. Para mim, tivemos um derrotado, mas não perdedores.

A grande questão é que com essa luta, Jon Jones perdeu sua aura de invencibilidade, ele não é mais aquele cara que vai lá com todos já tendo a ideia de que dará show. Agora, sabemos que é possível acertá-lo, é possível derrubá-lo, é possível machucá-lo. São essas desconfianças que o campeão tentará superar em Baltimore. Além de Glover Teixeira, claro.

O tempo que demorou para se recuperar completamente das lesões sofridas em Toronto, principalmente no olho direito e no pé esquerdo, e poder confirmar essa luta contra o brasileiro deve ser motivação o suficiente para ele tentar apagar aquela noite em que foi a fera ferida.

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