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Na Grade do MMA

Existe um jeito de Ronda e Mayweather se enfrentarem - e não seria um crime

Maurício Dehò

03/09/2015 06h00

Já falamos aqui que esse papo de Mayweather x Ronda é impossível de rolar e nem merece ser tratado com a seriedade que muitos levam. Mas… pintou uma ideia que faz muito sentido e que ainda geraria ganhos para todos os envolvidos – até para os espectadores. Duvida?

O negócio é o seguinte: nem boxe, nem MMA. A campeã do UFC e o melhor pugilista da atualidade poderiam medir forças – em termos – no telecatch! (Como ninguém pensou nisso antes??)

Ronda Rousey no WWE

O autor da ideia é Anthony DiMoro, da revista Forbes, que escreveu um looongo artigo para explicar as razões para crer que vê-los em ação no WWE, a luta livre de mentirinha encenada, é totalmente possível e desejável.

Primeiro, vamos pontuar novamente o por que desta luta NÃO poder ocorrer, e o motivo é bem simples: ninguém gostaria de promover uma luta de verdade entre homem e mulher. Não faz sentido, não tem cabimento e mesmo os lutadores não teriam nenhum interesse em fazer algo nesse sentido para valer. Seria um crime, ainda mais envolvendo um pugilista que já foi preso por agressão doméstica. Ponto final.

Pôster meramente ilustrativo e totalmente fictício feito pelo jornalista da Forbes

Pôster meramente ilustrativo e totalmente fictício feito pelo jornalista da Forbes

Mas, como sabemos, o WWE funciona à sua maneira. Seu perfil teatral, digamos, permite aos seus organizadores ousar em formatos, duelos, personagens. E o carro chefe é o Wrestlemania, evento em que DiMoro defende a realização deste confronto MMA x boxe. Esta noitada de telecatch é um fenômeno. É como se fosse um Super Bowl. Só em 2015, arrecadou o recorde US$ 12,6 milhões em ingressos, em San Francisco, com um público de quase 77 mil pessoas.

E Mayweather e Ronda não são estranhos à organização. A campeã do UFC fez uma aparição relâmpago por lá, neste ano. Já Floyd Mayeather protagonizou um combate completo no Wrestlemania 24, em 2008. Ele enfrentou Big John – um gigantão de 2,13 m – e venceu, por nocaute, dando um "fatality" em seu rival usando um soco inglês.

Floyd Mayweather já venceu gigantão no telecatch. Veja o nocaute

Entretanto, tem um detalhe. O WWE não promove lutas apenas de homens contra mulheres. Mas realiza combates entre times mistos. Portanto, seria só adicionar algumas estrelas à equação (como The Rock, "parça" de Ronda na aparição dela no Wrestlemania deste ano). Eles não trocariam exatamente socos, como numa luta de boxe, mas estariam se enfrentando em cima de um ringue.

O argumento que DiMoro usa é que tanto financeiramente quanto no quesito espetáculo, o WWE seria o único que permitiria algo factível entre eles. Boxe e MMA não tem a liberdade do telecatch. E um combate com tamanho interesse quebraria recordes, por um custo bem menor para os fãs – a assinatura do WWE, nos EUA, custa apenas US$ 10. O UFC cobra US$ 50 por seus PPVs – US$ 60 em HD. Já Mayweather x Pacquiao saiu pelo salgado preço de US$ 100.

Com os desfechos predeterminados do WWE, haveria certezas valorosas para os bolsos de todos: o combate não seria arrastado por 12 rounds como os de Mayweather, nem seria encerrados tão rapidamente como os de Ronda. O aspecto encenado garante o show.

O próximo Wrestlamania está marcado para o Cowboys Stadium, em 3 de abril de 2016.

Sobre o blog

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