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Má vontade e improviso em luta principal viram anticlímax em bom show do UFC Suécia

Jorge Corrêa

06/04/2013 19h15


Era quase certo que marcar uma luta principal apenas cinco dias antes do evento não daria muito certo, mas a sensação de anticlímax foi ainda maior no UFC Suécia, que aconteceu neste sábado. Sem o lesionado Alexander Gustafsson, o desconhecido Ilir Latifi não serviu nem de sparring para Gegard Mousassi, que venceu por pontos quase que somente usando jabs.

Mas por mais que não fosse um grande e famoso adversário, Mousasi não fez valer sua fama e toda expectativa em torno de sua estreia no Ultimate depois de tanto tempo buscando essa vaga no maior evento de MMA do mundo.

O ex-campeão dos meio-pesados do Strikeforce e dono de uma impressionante marca de 28 vitórias no primeiro round, sendo 18 por nocaute, não fez questão nenhuma de dar show, mostrou uma má vontade imensa. Ficou apenas pontuando e machucando o rosto do sueco. Era nítido que esse improviso incomodou o iraniano, que foi para o octógono apenas para vencer e nada mais.

Gegard explicou, após o combate, que estava com o joelho lesionado. Pode explicar parte de sua passividade, mas não toda. Nem de longe. Cruzados, diretos e ganchos poderiam ter sido aplicados.

O maior problema dessa luta foi ela ter se tornado uma mancha em um bom card como esse do UFC Suécia. O evento contou com boas lutas, que inflamaram a sempre ótima e empolgante torcida sueca.


Destaque para a aula de MMA de Diego Brandão, único brasileiro no card. Extremamente concentrado e enfrentando um rival bem mais alto, soube encurtar a distância na hora certa, levou a luta para o chão e conseguiu finalizar Pablo Garza com um katagatame da maneira que quis, com apenas 3min27 de luta.

Também vale a pena citar os nocautes-relâmpagos de Connor McGregor sobre Marcus Brimage (67 segundos) e de Matt Mitrione sobre Phil De Pries (19 segundos). Já Ryan Couture, filho da lenda Randy, foi dominado e nocauteado por Ross Pearson. Sem contar que o card, no total, teve quatro finalizações.

Tiro dois pontos desse card: (1) Não é preciso ter um evento cheio de grandes nomes para se ter um grande show. Vontade e técnica o UFC tem de sobra. [Fica a dica, UFC Jaraguá do Sul] (2) Porém, o improviso na luta principal cobrou um preço caro. Pode ser um bom sinal do preço que o Ultimate pode estar pagando por fazer tantos shows por ano. Com Gustafsson lesionado, Dana White não teve espaço para manobra. Bons nomes ou acabaram de lutar ou estavam com luta próxima já marcada. Que fique a lição.

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