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Weidman diz que pediu luta no Brasil contra Anderson e que drama com furacão o fortaleceu

Jorge Corrêa

09/05/2013 07h52

Com um forte sotaque da região de Nova York, Chris Weidman fala como se tivesse acabado de sair uma palestra motivacional. Prestes a enfrentar o maior lutador de MMA de todos os tempos, o norte-americano tem apenas respostas confiantes e positivas, só fala sobre vitória e desafios. Foi assim o papo que tive com o desafiante pelo cinturão dos médios do UFC.

Ele está na semana de divulgação de seu combate contra Anderson Silva, que acontece no UFC 162 em 6 de julho, em Las Vegas, e conversou por telefone com o blog. Tentei tirar dele algo diferente do que vem falando desde que essa luta foi confirmada, mas ele sempre dava um jeito pôr sua confiança em pauta. "Tenho uma atitude diferente, sou mais confiante", resumiu.

Weidman contou que queria que essa luta fosse no Brasil, de onde tem grandes lembranças por conta do açaí com banana, falou como foi ficar tanto tempo sem lutar depois de uma grave lesão no ombro e como foi reconstruir sua casa depois que o furacão Sandy passou por Nova York no ano passado. Confira a conversa abaixo.

Como foi a negociação para essa luta? Sempre foi em Vegas a ideia? Eu, na verdade, queria que a luta acontecesse no Brasil, mas o Dana White não achou interessante. Seria incrível ter toda a atmosfera da torcida apoiando o Anderson. Eu vi da outra vez [no UFC Rio 3, quando Silva venceu Stephan Bonnar] como os brasileiro ficam na arena. Seria ainda mais desafiadora para mim, minha empolgação e minha motivação seria ainda maior.

Você tem fãs brasileiros? Conversa com eles pelas redes sociais? Cara, eu tenho um Fã Clube brasileiro, que posta no Twitter tudo que acontece sobre mim, em português e inglês. Trocamos mensagens, eles me falam o que está acontecendo por aí. Isso é muito bom para mim, receber esse carinho, saber que tem pessoas no Brasil se se importam comigo. Fiquei muito surpreso, achei que ninguém sabia quem eu era no Brasil, mas isso só me dá mais força e mais motivação.

Qual é sua melhor lembrança do Brasil, quando veio para o UFC Rio 3? As praias são maravilhosas, as pessoas são ótimas, mas adorei a comida. Principalmente açaí e banana. Ah, gostei muito de guaraná.


Qual é sua primeira memoria do Anderson Silva? [Depois de muito pensar] Acho que foi a dele contra o Dan Henderson [em 2008]. Me lembro bem, foi uma grande luta, com uma grande finalização [Anderson venceu com um mata-leão no segundo round].

Por que você acha que merece essa luta nesse momento? Eu simplesmente sou o número dois da categoria. Ele é o número um e eu sou o número dois. Sofri uma lesão, fiquei um bom tempo parado, alguns caras perderam, então eu sou o segundo melhor peso médio do mundo.

Acha que esse tempo parado vai te atrapalhar em algo? Eu me tornei uma pessoa melhor nesse tempo, sou um lutador melhor e mais completo e, principalmente, me fortaleci mentalmente. Passei por muita coisa, tive de me recuperar, perdi minha casa e minha vizinhança com um furacão. Além disso, tive tempo de treinar mais, de me preparar mais. Sou totalmente um novo cara depois de tudo isso.

Como está a reconstrução do seu bairro e da sua casa? Olha, acabei de reconstruir minha casa. Terminei agora. Mas ainda tem muita coisa a ser feita na região. Esse furacão ajudou a mostrar a importância de uma comunidade, de as pessoas se aproximarem e ajudarem umas as outras. Apesar das perdas, foi uma experiência incrível.

O que você mudou em seu treinamento para essa luta? Não sei se mudei algo propriamente no treino, mas está tudo muito mais organizado, mais profissional. Antes não tinha muito hora para acordar, para ir treinar. Agora meu tempo está mais organizado, tudo certinho.

Você acha que o Anderson estava fugindo de você antes de aceitar essa luta? Não sei se exatamente fugindo, mas no começo ele também não queria enfrentar o Chael Sonnen, ficou falando isso muito tempo, e depois essa luta acabou acontecendo. Acho que é normal.

Qual é a chave para sua vitória sobre Anderson? É acreditar em todas as ferramentas que eu tenho em minhas mãos. Ele é um grande lutador, com grandes atuações, mas acho que tenho um psicológico mais forte que dos últimos rivais dele. Tenho uma atitude diferente, sou mais confiante. E é isso que vou mostrar. Vou apenas fazer meu trabalho.

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