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Na Grade do MMA

Ser um "Sonnen melhorado" não é o suficiente para Weidman vencer Anderson

Jorge Corrêa

06/07/2013 06h01


Chris Weidman é aquele lutador americano clássico. É bom moço, pai de família e de origem no wrestling, onde fez muito sucesso, como boa parte dos grandes lutadores dos Estados Unidos. Ele até tem o apelido de All-American e uma tatuagem da Federação Americana de Wrestling. O UFC então pegou todo esse apelo para vendê-lo como um grande rival para Anderson Silva, neste sábado, na edição 162 em Las Vegas.

Além de um grande jogo de quedas e de luta agarrada, ele desenvolveu bem sua trocação nos últimos anos, apesar de não ser uma sumidade no boxe ou no muay thai. Dessa maneira, apareceu como um Chael Sonnen melhorado, relembrando que o falastrão foi quem chegou mais próximo de vencer Anderson no UFC, o que não aconteceu por uma nítida falta de força em seus golpes, mesmo no ground and pound.

O atual desafiante até tentou se desvincular dessa imagem, mas foi o que pegou. "Sou Chris Weidman, não vou tentar ser Chael Sonnen, e isto vai ser mais devastador para ele", disse durante a semana. Só que além do estilo americano de luta, eles são até fisicamente parecido.


Mas por mais que o UFC tenha colocado o norte-americano como o maior risco que o Spider já correu em sua carreira no evento, Chris ainda não teve uma apresentação que pudesse assustar o brasileiro, ainda não teve um grande rival. Ele realmente é o melhor desafiante da categoria no momento – visto que Vitor Belfort lutou há pouco tempo – quem tem a melhor série. Mas ser um Sonnen melhorado não é o suficiente para abalar o campeão.

Weidman já deixou claro que vai para derrubar Anderson e trabalhar a luta no chão. Outros já tentaram, mas não foram bem sucedidos, visto o próprio Sonnen ou Dan Henderson. O Spider tem uma defesa muito eficiente quando está de costas no chão e seus rivais pouco conseguem golpeá-lo. Chris teria de tirar um belo coelho da cartola para pegar Silva de jeito nessa situação.

Chris também apostou em clássicas técnicas motivacionais. Discursos e pensamento positivos, colocou mensagens na porta da geladeira, sempre falou que vai vencer. Ele tem o que é chamado de "mentalidade de vencedor". Mas uma cena deixou claro que tudo isso pode não valer de nada no final. Anderson o surpreendeu ao deixá-lo segurar o cinturão na coletiva. Ele não escondeu a cara de criança feliz com aquilo, enquanto o campeão ficou impassível.

Ele também está há muito tempo sem lutar. Por conta de uma lesão e uma cirurgia, ficou um ano longe do octógono desde que nocauteou Mark Muñoz. Claro que por conta disso, ele teve um ciclo longo e completo de treinamento, mas a falta de ritmo de luta pode pesar.

Mesmo que saia derrotado desta luta, Chris Weidman vai aprender muito com ela. É como estava discutindo com a amiga Fernanda Prates: se é para perder pela primeira vez na carreira, que pelo menos seja para o melhor de todos os tempos. O norte-americano ganhará experiência para ser um dos melhores da categoria e voltar a disputar o cinturão daqui alguns anos. Pelo menos potencial para isso ele tem.

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