GSP, Cigano e Minotauro: as lições para revanche de Anderson
Por Maurício Dehò
Revanches são um clássico do mundo das lutas, seja nas antigas rivalidades do boxe, seja no atual MMA. Nada como um reencontro para aquecer expectativas, e não será diferente em Anderson Silva x Chris Weidman 2, em 28 de dezembro, quando o brasileiro poderá reverter sua primeira derrota no UFC. A história da organização é repleta de revanches memoráveis e algumas ensinam boas lições para o Spider tentar recuperar o cinturão.
Quem vencerá a revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman?
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Total de 141741 votosNão que o próprio Anderson não saiba bem o que é uma revanche. Dois de seus combates no UFC foram carregados de expectativa: ao rever Rich Franklin no UFC 77 e repetir a humilhação que o fizera tomar o cinturão dos médios do norte-americano, um ano antes; e ao deixar para trás o sofrimento do primeiro combate com Chael Sonnen e aplicar um nocaute arrasador em 2012.
Mas o revés contra Weidman mudou muito o cenário à frente do campeão. Se a pressão de ser campeão e invicto por tanto tempo caiu, surgiu a necessidade de provar que é o maior lutador da história do MMA.
Outro dos melhores peso por peso da atualidade, Georges St-Pierre viveu situação parecida com a de Anderson hoje, quando perdeu para o azarão Matt Serra. Vale lembrar que, antes disso, GSP conquistou o cinturão pela primeira vez justamente em uma revanche: primeiro ele perdeu para Matt Hughes em disputa do título no UFC 50, em 2004, quando foi dominado e finalizado pelo campeão, mas voltou totalmente mudado para ganhar a cinta quase três anos depois, por nocaute.
Voltando a falar de Serra, St-Pierre faria sua primeira defesa de cinturão e era completamente favorito contra o "mero" campeão do TUF 4. Ele preferiu lutar em pé, e um golpe de direita na cabeça do então campeão o balançou e deixou caminho aberto para Serra conseguir um nocaute espantoso, numa das grandes zebras da história do Ultimate.
GSP teve de caminhar mais que Anderson. Mas o tempo o amadureceu. Ele venceu Josh Koscheck, finalizou Matt Hughes para encerrar a trilogia entre eles e reencontrou Serra. O canadense cumpriu sua lição: nem pensou em lutar em pé, quedou e castigou no ground and pound, fechando o nocaute técnico com joelhadas no corpo do rival. Depois daquele tropeço, GSP foi um lutador dominante, um campeão implacável que, mesmo que tenha deixado de dar show, aprendeu a não dar brechas para novas zebras. Agora soma oito triunfos consecutivos, maior série do Ultimate, com um legado sólido, ainda que menos impactante pela falta do show que Anderson e Jones promovem.
Este é um exemplo do que fazer: evoluir com a derrota, aprender a dominar seu adversário e impor seu favoritismo.
O segundo combate entre Júnior Cigano e Cain Velásquez, por outro lado, mostra um ponto de atenção para um potencial favorito. Velásquez, dono do cinturão e um dos pesos pesados mais versáteis do UFC perdeu seu cinturão em apenas 64 segundos para o brasileiro. Assim, o catarinense chegou como favorito para a revanche: bastava achar um golpe potente, teoricamente, para repetir o feito.
A revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman é a maior luta da história do UFC?
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Total de 10101 votosMas Cigano pecou na postura e pecou na estratégia. Ou melhor, na falta de estratégia. Ele próprio admitiu que apostou apenas no próprio jogo e não estudou de fato os riscos do rival. O resultado é que foi dominado e perdeu por pontos em uma performance perfeita do norte-americano.
Assim como Cigano, Anderson foi apenas Anderson na primeira luta contra Weidman e acabou sendo derrotado pelo próprio erro numa esquiva e pela insistência do novo campeão, que acreditou que poderia vencer o maior de todos os tempos. Não basta. Com ou sem provocações, Anderson não poderá deixar que Weidman quase o finalize – como aconteceu no primeiro round – e muito menos ficar aberto a ataques das mãos pesadas do oponente. Terá de montar uma estratégia, e não contar com o fato de que "sempre" consegue tirar um coelho de sua cartola de talentos que lhe rendeu tantos triunfos.
E também vale lembrar que nem sempre o status de lenda acaba falando mais alto. Minotauro enfrentou Frank Mir duas vezes. Muito superior ao rival na parte em pé, o brasileiro foi nocauteado no primeiro encontro. Foi a primeira vez que ele perdeu por nocaute na carreira. No reencontro, conseguiu balançar Mir na trocação, mas pecou no chão, bobeou e foi finalizado pela primeira vez lutando MMA, apesar de ser um faixa-preta e ter como uma das especialidades o jiu-jítsu (assim como Mir).
Não faltam revanches históricas – e até trilogias icônicas – no UFC: Chuck Liddell x Tito Ortiz, Rampage x Liddell, Brock Lesnar x Mir, GSP x BJ Penn, Randy Couture x Liddell, Maurício Shogun x Lyoto Machida… E Anderson x Weidman 2 tem tudo para entrar neste Hall. A expectativa é o que cada um trará de novo ao jogo, depois de já poderem se experimentar uma primeira vez.
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