Barão revela que careca virou superstição e prepara novo "forró da pegação"

Direto de Toronto*

Com apenas 26 anos e uma sequência invicta de 30 lutas, Renan Barão ainda precisa se dividir em dois assuntos: 1) sua segunda defesa do cinturão interino dos galos do UFC contra Eddie Wineland, neste sábado, e 2) quando ele vai se tornar o campeão linear da categoria já que o Dominick Cruz está há quase dois anos parado por conta de uma lesão. Mas o potiguar se sai bem nessa bola dividida.

Sofrendo, como sempre, para cortar peso e chegar aos 61,290 kg da categoria, Renan Barão conversou com o blog sobre sua preparação para o combate no co-main event do UFC 165, abrindo para a disputa do cinturão dos meio-pesados entre Jon Jones e Alexander Gustafsson. Mas o sofrimento do momento não tirou sua simplicidade e sinceridade.

Ele garantiu que está apenas focado na luta de sábado, não pensa em Dominick Cruz – mas disse que seria um sonho enfrentá-lo no Brasil para unificar o cinturão. Barão ainda contou que raspar a cabeça virou superstição no time e que vai mais uma vez entrar com um "forró da pegação" para ajudar a propagar a cultura do Nordeste por todo o mundo.

Onde você acha que essa luta contra o Wineland vai se desenvolver? Sinceramente, eu treinei tudo, tanto o muay thai e o boxe, quando a parte de chão com jiu-jítsu e wrestling, então estou focado em todas as áreas. Eu vou entrar para sentir a luta no primeiro round, para ele mostrar o que trouxe para mim, então no segundo eu já posso soltar meu jogo e colocar a minha estratégia.

Você tem uma ligação muito forte com o Nordeste e sempre faz questão de mostrar isso em suas lutas. Teremos um novo forró em sua entrada? Eu sou do nordeste, de Natal, e amo muito minha cidade, minha família toda ainda mora lá. Quando passo um tempo no Rio, treinando, sofro muito porque sou muito enraizado com a minha terra. Quero sempre levar um pouco da minha região e do meu país para o mundo todo. Dessa vez não vai ser diferente, vou entrar mais uma vez com um Forró da Pegação, mesma banda que entrei em Londres, mas agora com uma música nova.

Mas você tem a noção de sua importância em divulgar a cultura da região? Não só eu, como vários lutadores estamos sempre falando da cultura de Natal e do Nordeste. Acho que isso vai fazer que com os governantes da região olhem mais para os lutadores e dê algum apoio, porque até hoje isso não acontece. Fazemos isso pelo amor e carinho que temos por nossa cidade e Estados, já que não temos nenhum apoio lá.

Vamos ter mais uma vez um Renan Barão careca? Já virou tradição? Deve ser se cabelo raspado mesmo (risos). Falei que ia fazer uma surpresa, mas o Dedé [Pederneiras, principal técnico do time] falou que vou ter de raspar, porque está dando certo. Vou ter de raspar de todo jeito. Virou uma superstição da equipe. Na verdade, eu sempre falava raspava o cabelo porque estava indo para a guerra. Dessa vez não vai ser diferente.

Como você faz para separar seu atual momento com o fato de ainda não ser o campeão linear da categoria e isso não afetar sua luta? Não tenho mais muito o que falar. Quero apenas focar no Eddie Wineland e deixo isso não mão do Dana White e do Dedé, que vão sentar e conversar. Seria um sonho enfrentar o Dominick Cruz no Brasil, mas acho muito difícil acontecer, mas iria adorar lutar em casa, do lado do meu time e dos meus amigos, sentir a energia positiva dos brasileiros.

Já pensou em um evento com você e o José Aldo nas lutas principais? Seria ótimo, nem consigo pensar agora o quanto seria legal isso, ter ainda mais força da equipe ali do lado. Está na mão de Deus e o que Ele decidir, está decidido.

*Blogueiro viaja a convite do UFC.