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México x Brasil e o bom negócio de ter o desenvolto Cigano como campeão

Jorge Corrêa

19/10/2013 15h01

Direto de Houston

Dana White e o UFC não falam com todas as letras, mas pela terceira vez, na terceira luta entre Junior Cigano e Cain Velasquez, o evento adota um tom de Brasil x México para divulgar o combate. Essa ideia foi ganhando cada vez mais força com o passar do tempo. Basta ver os pôsteres. Para esse terceiro confronto, foi feita uma arte com cada um segurando a bandeira dos países em destaque.

São dois mercados muito importantes para o UFC, mas em situações bem diferentes. O Brasil é berço de grandes astros e se consolidou em 2013 como segunda casa do Ultimate, passando com folgas o Canadá. Já o México ainda vive apenas do potencial. Tem apenas um lutador nascido no país no plantel da franquia – Erik Perez – e depende muito dos descendentes, como é o caso de Cain Velasquez, norte-americano filho de mexicanos.

Essa situação é uma faca de dois gumes para o Ultimate quando falamos de marketing. Cain se manter como campeão dos pesos pesados seria importante para finalmente o UFC fazer um evento no México pela primeira vez. Mais que isso, ele seria a peça final para a realização de uma edição no país do reality show The Ultimate Fighter – o brasileiro Fabrício Werdum, fluente em espanhol, seria a se encaixaria perfeitamente como outro técnico.

Cain também é a maior conexão que o UFC tem com os latinos e mexicanos nos Estados Unidos. Mas todo esse mercado que Velasquez, que aprendeu a falar espanhol há pouco tempo, pode trazer para o evento ainda é muito mais potencial que concreto. Cigano seria uma aposta mais certa e com alvos mais amplos. Com muita desenvoltura, ele já mostrou onde pode chegar.

Sem nenhum estudo formal, Junior começou a falar inglês e está perto da fluência, apesar de algumas palavras ainda lhe faltarem. Com isso, ele entrou muito bem no próprio mercado norte-americano. Uma prova disso foi ele ter se tornado um dos três atletas das Nike no UFC, ao lado de Anderson Silva e Jon Jones, com direito a material esportivo especialmente desenvolvido para ele.

Mais que isso, ele tem mais carisma e chama mais a atenção que seu adversário. Velasquez fala pouco, é introvertido, nitidamente tímido, pouco afeito a entrevista e quase nunca, mas quase nunca mesmo, sorri. É quase o oposto exato do brasileiro, que brinca com o público, sorri, faz piada, tem declarações fortes. No final, seu valor agregado é maior, ele trás mais interesse para suas lutas.

Ter Cigano como campeão também poderia ajudar o UFC e fazer mais eventos grandes no Brasil, não apenas um por anos. Ele poderia muito bem, contra Fabrício Werdum, protagonizar o tão sonhado evento em um estádio de futebol.

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