Rival de GSP transforma queimaduras em superação e prevê “chocar o mundo”

"Fear the Beard" – "Tema a barba"

Essa frase criada pelos fãs do barbudo Jonhy Hendricks é tão divertida quanto o lutador. Tive a oportunidade de ter uma boa conversa com o desafiante do cinturão dos meio-médios, que enfrenta Georges St-Pierre no UFC 167 em Las Vegas, e ele mostrou ser o mesmo boa-praça de sempre. Os elogios de quem o conhece de perto fazem sentido.

O norte-americano não conseguiu esconder a empolgação de estar no card histórico de 20 anos do Ultimate e quer chocar o mundo nocauteando o canadense. E não da maneira com que derrubou nomes como Jon Fitch e Martin Kampmann. "Será com a minha mão direita, não com a esquerda", profetizou.

Mas o que mais chamou a atenção nessa entrevista foi o relato do sofrimento que passou a pouco mais de um mês antes da luta, quando sofreu queimaduras de segundo grau nos ombro durante a gravação de uma propaganda para seu combate. "Na verdade, isso fez eu ficar ainda mais forte, treinei ainda mais depois que consegui me livrar das dores."

Imagem das queimadura de Johny Hendricks

Como foi passar por esse problema das queimaduras? Atrapalhou muito sua preparação? Foram duas semanas de dor e sofrimento. Cara, foram queimaduras de segundo grau. Não podia treinar wrestling e até hoje estou treinando de camiseta. Fiquei dias sem treinar, não conseguia dormir. Foi uma das coisas mais estúpidas que já fiz. Agora sei que preciso tomar mais cuidado com algumas coisas. Não me posso me entregar tanto assim a algo que não faço. Sou lutador, não sou ator.

Mas isso pode ser um grande problema para esse combate? Não vai. Está tudo bem. Isso não será desculpa para nada. Na verdade, isso fez eu ficar ainda mais forte, treinei ainda mais depois que consegui me livrar das dores. Tudo faz parte do desafio que vou ter de enfrentar e no final, isso acabou me ajudando.

Se pudesse escolher, faria uma luta no chão ou na trocação contra o GSP? Não tenho apenas a trocação. Meu jogo de chão também é muito bom e lembre-se de uma coisa: também posso soca-lo no chão. Claro que se pudesse escolher, iria para a luta em pé, mas estou pronto para lutar embaixo.

Está preparando alguma surpresa com a sua famosa mão esquerda? Todo mundo fala da minha mão esquerda. Claro que ela é famosa, nocauteei um monte de gente com ela. Claro que o GSP vai estar pronto para ela, vai estar preparado para se defender desse meu golpe. Mas só tenho uma coisa a dizer: minha mão direita é tão potente quanto. Pode ser com ela que vou chocar o mundo.

O que significa para você lutar nesse card histórico? Para mim significa tudo estar nesse card. Lembro-me muito bem de assistir ao UFC 100 e sonhar lutar em um evento histórico como aquele, card que todo mundo assistiu. Sou um privilegiado e estou mais empolgado do que nunca (gargalhadas).

Você tirou alguma lição da derrota do Anderson Silva para o Chris Weidman? Serve de motivação para vencer um campeão tão dominante quanto o GSP? Tirei lições sim. Mas não aquilo de "todo mundo pode ser nocauteado". Tirei lições do estilo de Anderson Silva. Ficar mais focado na luta, saber que posso ser atingido a qualquer momento, saber como reagir quando isso acontecer, ficar com a guarda sempre alta. Não estou falando que sou o Anderson Silva, para mim ele ainda é o melhor do mundo. Mas tenho que olhar tudo nesse momento.