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Na Grade do MMA

Chael Sonnen, um cara sério e com princípios

Jorge Corrêa

14/11/2013 09h06

Esqueça o Chael Sonnen falastrão e provocador, ou até mesmo brincalhão. Se antes de enfrentar e vencer Maurício Shogun ele já evitou ataques diretos ao rival, agora o norte-americano é outra pessoa, séria e taciturna. Acabou o personagem. E o motivo para isso é claro: ele terá de enfrentar um amigo neste sábado.

Sonnen faz a penúltima luta do UFC 167, comemorativo de 20 anos da franquia, contra Rashad Evans. Os dois nunca foram colegas de treino, mas ficaram muito próximos nos últimos anos como comentaristas do Ultimate na TV nos EUA.

"Eu pedi para estar esse evento, assim que vi que Georges [St-Pierre estaria], pedi para estar nele também. E queria que fosse contra o Wanderlei [Silva]. Só pedi para não ser contra Rashad. E veio Rashad", explicou Chael, que em seguida explicou como tudo aconteceu.

"Estava em um programa bem do lado do Rashad e Dana me mandou um SMS: 'Vou anunciar sua próxima luta na TV hoje a noite'. Respondi que tudo bem, desde que fosse no meio-pesados e não fosse contra Rashad. Dana só mandou em seguida: 'É contra o Rashad'. Só peguei e mostrei o celular para ele na minha frente. Peguei ele me medindo o resto do programa e eu também fiz o mesmo."

Apesar de ter negado seu pedido de não lutar contra Evans, Sonnen mantém impassível seu profissionalismo e nem mesmo reclamou da escolha feita por Dana White, mas ele também não faz questão nenhuma de esconder sua insatisfação. Vai lá para trabalhar e vencer, não para dar show.

"Nós dois somos competitivos, mas tenho de assumir que nunca entro lá para ser empolgando, eu luto para sair vencedor, para ter minha mão levantada. Não sou desses caras como Wanderlei, que são uma porcaria, que sabem que vão perder, mas falam que vão lá para dar 'show para a torcida'. Eu vou para vencer, eu vou para competir com o máximo da minha força. É isso que sempre faço."

Para se ter uma ideia do tamanho da concentração de Sonnen para essa luta, ele não caiu nem mesmo nas perguntas sobre o único assunto que o tira do sério atualmente: Wanderlei Silva, que será técnico ao seu lado n TUF Brasil 3. Ele aliviou até mesmo para Maurício Shogun, sua última vítima no octógono.

"Não vejo tantos desafios. Ser um treinador é uma posição muito altruísta. Eu sempre tive grandes técnicos, que motivam, que trabalham duro e, principalmente, que se importam. É isso que vou fazer. Eu quero principalmente fazer isso com ele, quero treiná-los, quero ensiná-los. Isso me ajuda a me colocar no rumo certo. Depois que tudo isso acontecer, vou lidar com o Wanderlei."

"Vinny [Magalhães, brasileiro que deve ser seu assistente técnico no programa] fala português muito bem e eu me considero fluente em português, mas vou ter de melhorar um pouco, principalmente quando estiverem falando rápido. Mas vamos lidar bem com isso."

"Não imaginava que eu finalizaria Shogun naquela noite. Na verdade, ele é um cara tão correto e com tanto espírito esportivo que não tentou achar nenhuma desculpa pelo o que aconteceu, como muitos fariam, tive o meu momento, mas acho que não enfrentei o verdadeiro Shogun. Acho que consegui encontrar pontos para colocar meu jogo."

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