Do apoio à lamentação: torcida no bar fala em aposentadoria de Anderson
Por Renan Prates
Fim do primeiro dia de plantão de ano novo. Meia noite. Saio do trabalho e vou encontrar minha namorada e meus amigos em um bar na Vila Madalena para ver a luta de Anderson Silva.
Alguns amigos foram na minha frente. Por volta das 23h, já não conseguiram achar mais lugares disponíveis, de tanta procura para ver se o brasileiro iria conseguir retomar o título do UFC. Com sorte e ajuda do dono de um bar, eles conseguiram uma mesa na parte de fora do local, colocada especialmente para nos acomodar.
O público do bar tinha até gringo que comentava sobre as lutas que aconteciam antes da principal. Apesar de prestar atenção no que passava no card preliminar, o público parecia gostar mais da roda de samba que tocava no local.
Mas o panorama mudou na penúltima luta da noite. Quando Ronda Rousey e Miesha Tate começaram a duelar no octógono, o público do bar mostrou espanto toda vez que a atual campeã conseguia a reviravolta e jogava a desafiante no chão.
"O que foi esse primeiro round? Elas vão desistir por falta de fôlego", sentenciou um dos que trabalhava no bar, dando a impressão de que arriscava um comentário mesmo nunca tendo visto uma luta de mulheres no UFC.
Na luta principal, alguns aplausos na hora da apresentação de Anderson Silva e uma única vaia quando apareceu a imagem de Chris Weidman, o que dava a certeza de que, desta vez, todo o público do bar estava com o brasileiro. Antes da apresentação dos dois, o público ensaiou seguir o grito característico do locutor Bruce Buffer nas lutas principais: "Iiiiiiiiiit's tiiiiiiime".
No primeiro round, a reação que prevaleceu foi de apreensão, principalmente quando Weidman jogou Anderson no chão e acertou vários socos que castigaram o brasileiro. Mas quando a imagem mostrou que o norte-americano terminou o round com o rosto sangrando, alguns se animaram: "toma, babaca", gritou um deles.
Mas a animação durou pouco, até a fatalidade ocorrida com Anderson no segundo round. O público variou da perplexidade, ao ver o brasileiro caído no chão gritando de dor, ao choque, quando a imagem aproximada mostrou a fratura em sua perna. "Ele não volta mais", vaticinaram alguns que estavam na minha frente.
Saio do bar quase 4h da manhã e me chama atenção a quantidade de pessoas que vai embora para casa ao mesmo tempo, como se boa parte da Vila Madalena estivesse esperando apenas a luta para ir dormir. E, pelo semblante das pessoas, a noite não foi das melhores.
Torcida lotou os bares da Vila Madalena para acompanhar a luta
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