Hunt x Nelson e a frágil e envelhecida categoria dos pesados do UFC
Provavelmente será uma batalha de dois dos queixos mais duros da história do MMA e com certeza teremos muita porrada. Mas barrigas e entrega a parte, a luta principal do UFC Japão na madrugada desta sexta-feira para sábado entre os gordinhos Mark Hunt, 40, e Roy Nelson,38, é sintomática sobre a atual situação sobre os pesos pesados do evento.
Essa categoria sempre foi marcada por altos e baixos na história do Ultimate. Temos momentos de grandes lutas e muita técnica, com outros de lutas sofríveis e poucos astros. Agora, estamos passando pela segunda opção. O ranking oficial mostra bem isso.
Atualmente, os pesados têm apenas 35 lutadores em seu plantel – entre os homens, apenas os moscas tem menos, com 34 atletas – e é a categoria mais velha no Top 10 do ranking, com uma média de 34,7 anos. Os médios vêm em seguida com 34,2 anos e, para efeito de comparação, o ranking peso por peso tem média de 29,6 anos.
Se pararmos para ver os nomes que lá estão entre os 10 melhores, fica clara essa fase de reviver o passado. Temos dois ex-campeões da década passada (Josh Barnett e Andrei Arlovski) e astros do extinto evento japonês Pride (Fabrício Werdum e Mark Hunt). O campeão Cain Velasquez, o ex-dono do título Junior Cigano e Stipe Miocic fogem um pouco deste padrão.
Não há como negar que lutas de pesos pesados são muito divertidas. As chances de nocautes são maiores que em qualquer outra categoria e isso move a paixão dos torcedores. Mas estamos tendo cada vez menos lutas de pesos pesados e o número de combates de qualidade e boa técnica é ainda menor. É apenas nocaute e nada mais.
O UFC precisa prospectar mais gigantes ao redor do mundo e colocá-los para lutar. No caminho que estamos, podemos ficar sem lutadores para completar o ranking com 15 melhores em poucos anos. Um card principal apenas com lutas da categoria, como aconteceu dois anos atrás, é praticamente impossível de se imaginar nesse momento.
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