José Aldo consegue a vitória que o Brasil (e ele próprio) precisava
Não dá para negar que com as boas atuações que Chad Mendes vinha tendo nos últimos anos, somado à fase muito boa do MMA brasileiro e as recentes derrotas da Nova União, havia uma preocupação de que José Aldo perdesse o único cinturão do UFC que ainda está com o país.
A luta principal da quinta edição do UFC Rio até começou nervosa para os torcedores que lotaram o Maracanãzinho, mas logo o dono do título dos penas mostrou que conseguiria a vitória que o Brasil e até mesmo ele próprio precisava nesse momento.
O próprio não estava favorável para a moral dos brasileiros. A derrota acachapante de Glover Teixeira para Phil Davis deixou todos ressabiados. Em um evento de lutas medianas, apenas a vitória de Fábio Maldonado e sua emocionante comoração com Anderson Silva animaram de verdade o público até então.
Quando entrou no octógono para fazer sua sétima defesa de cinturão, José Aldo não lutava só por ele. Ele também defendia aquelas 12 mil pessoas no ginásio e todos os fãs de MMA, principalmente os mais recentes, que já estavam desconfiados com a possibilidade de o país ficar sem um campeão do UFC depois de oito anos.
O olho esquerdo muito inchado ao final do combate pode deixar uma impressão errada sobre a atuação do campeão. Na verdade, seu rosto machucado só deixa claro o quão duro era o rival que ele enfrentou, um Chad Mendes muito melhor que aquele da primeira luta em janeiro de 2012.
José Aldo mostrou que estava com seu jogo completo e suas armas em dia. Possivelmente para não virar vítima das quedas do rival, apenas usou pouco os chutes baixos. Mas estava veloz, com a guarda sempre alta, com as esquivas afiadas e, o mais importante, com as mãos pesadas. Com boas sequências que sempre começavam com jabs que tinham o peso de diretos, foi minando a velocidade e a estratégia do norte-americano. O nocaute ficou perto em vários momentos.
Também vale ressaltar que o brasileiro levou duros golpes, mas também mostrou uma ótima capacidade de absorção.
Mais que a vitória, Aldo teve uma grande atuação, melhor e mais convincente do que nas duas últimas lutas contra Ricardo Lamas e Zumbi Coreano. Deixou claro que pode ser campeão do UFC por muito tempo ainda é a torcida brasileira poderá se orgulhar de grande dono de cinturão por muitos anos.
O manauara radicado no Rio de Janeiro também tira a pressão dos próximos brasileiros que disputarão um cinturão do UFC e o país pode voltar a ter três campeões até o final de fevereiro. Já agora em novembro, Fabrício Werdum disputa o título interino dos pesados contra Mark Hun. Já em fevereiro, Vitor Belfort tentar retomar o mais brasileiro dos cinturões contra Chris Weidman.
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